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Mercearia Colaborativa reúne alimentos de pequenos produtores do DF

Loja traz o conceito de vitrine gastronômica. A ideia é dar visibilidade a pessoas que não têm condições de competir na indústria alimentícia

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Mercearia Colaborativa
1 de 1 Mercearia Colaborativa - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Quatro anos depois de a Endossa se estabelecer em Brasília, uma nova loja colaborativa chega à cidade. O conceito é o mesmo: expor para venda, em um único local, mercadorias de pequenos produtores, principalmente do Distrito Federal.

O propósito, porém, é outro: enquanto a Endossa agrupa criações de artistas e artesãos, a Mercearia Colaborativa — que já funciona na 412 Norte mas será inaugurada oficialmente no sábado (8/10) — quer servir de vitrine gastronômica. A ideia é dar visibilidade aos produtores de itens alimentícios.

O empreendimento tem à frente Gustavo Bill, produtor cultural da Moranga e do Cineme-se; Carol Oliveira, especialista em comunicação e publicidade, e o chef André Batista, dono do antigo restaurante El Manfredo (que ficava na 409 Norte).

Junto, o trio decidiu investir na economia colaborativa a fim de aumentar o conhecimento das pessoas sobre o que é produzido aqui na região. “É uma maneira de valorizar a cidade e fomentar a produção familiar do cenário gastronômico”, diz Gustavo.

Giovana Bembom/Metrópoles
Aluguel de espaços
Produtos de mais de 40 expositores já integram as prateleiras da Mercearia. Desses, apenas três são de fora do DF. De leite e congelados, passando por doces, geleias e pães, até compotas de frutos do mar estão disponíveis no local. Todos artesanais e não encontrados em qualquer supermercado.

A loja colaborativa funciona com aluguel de espaços. “Alugamos os nichos nas prateleiras, cada contrato é renovado mensalmente. Então, o fabricante não precisa montar uma loja só dele, pode trazer a mercadoria e vender aqui”, explica Carol.

Para ela, a tática ajuda os pequenos produtores neste momento de crise econômica, já que o investimento em um estabelecimento próprio é muito alto. Do que é vendido, 19% do faturamento fica com a Mercearia e o restante com o fornecedor.

A curadoria do que pode ou não ser vendido na Mercearia Colaborativa é de responsabilidade do chef André Batista. Ele experimenta o produto e visita o local de fabricação. “Nós prezamos pelo sabor e pela diversidade. Quando temos muitos fornecedores de doces, por exemplo, já não podemos mais contratar esse produto, aí a gente vai construindo a loja”, explica.

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Degustação no local

A Mercearia também possui um café e uma cozinha onde os clientes podem consumir o que está exposto na loja. Segundo André, a harmonização dos produtos também é pensada para proporcionar uma experiência gastronômica ao consumidor.

A ideia de ter muitos fornecedores distintos também funciona como forma de consultoria e incubadora de projetos para quem está começando o empreendimento. “A gente mostra o que é interessante ter em um rótulo, como colocar nos potes, fazer uma boa apresentação. Assim o expositor vai aprimorando seu trabalho”, diz Carol.

A pedagoga aposentada Thaís Vanelle sempre cozinhou em casa para amigos e família. O sucesso é o biscoito de fécula com canela que agora pode ser encontrado em uma das prateleiras da Mercearia Colaborativa.

Por conta da minha aposentadoria, procurei uma ocupação, então decidi investir nos biscoitos para vender aqui. Ajuda a lançar o produto no mercado e também traz uma renda a mais para casa

Thaís Vanelle, produtora de biscoitos

A Mercearia não tem estoque de produtos. O que está nas prateleiras é o que tem na loja e a variedade depende da adesão dos comerciantes da cidade. A renovação constante dos produtos também chama a atenção: mostra o quanto é rica a indústria familiar no DF.

O local será inaugurado oficialmente no próximo sábado (8/10), mas o público já pode conferir as novidades de segunda a sexta, das 9h às 21h.

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