Das Haus muda de dono e nome, mas confeiteiro é o mesmo de 20 anos atrás
A doceria alemã com mais de 30 anos agora é Confeitaria Chico Mineiro. O menu foi abrasileirado, sem excluir clássicos que deram fama à casa
atualizado
Compartilhar notícia

Desde 3 de outubro de 1980, uma loja no cantinho da 105 Norte serve a confeitaria tradicional da Alamanha. Por mais de 30 anos, a Das Haus, fundada por uma família alemã, preparou doces como o famoso strudel de maçã.
Em 2012, a casa mudou de dono. Em 2016 foi novamente vendida e, agora, muda de nome: é Confeitaria Chico Mineiro. Novas opções no cardápio, mais tipicamente brasileiras. Para o público já fidelizado aos doces alemães, a nova proprietária garante: “nem tudo será deixado para trás”.
Em respeito ao público de Brasília, mantemos as receitas. Tem gente que vem aqui desde criança, que sente gosto de infância. Não faria sentido apagar essa memória
Meg Suda
Os antigos donos da Das Haus enfrentavam dificuldades e resolveram pôr a confeitaria à venda. Meg Suda e Geraldo Araújo, casados e sócios na Confraria do Chico Mineiro, resolveram investir, até porque necessitavam de mais espaço — no almoço, a casa fica cheia. .

Com 20 anos de casa, o confeiteiro Antenor faz as preparações com rapidez e precisão

Antenor sempre consulta o caderno de receitas da fundadora alemã Irmi Giovanna Bembom/Metrópoles

Preparação da massa do strudel de maçã

Meg Suda e Geraldo Araújo, donos da Confraria Chico Mineiro e agora também da Confeitaria Chico Mineiro Giovanna Bembom/Metrópoles

Apesar da insistência de Meg para que Antenor modernize o cardeninho, ele faz questão de manter as consultas no exemplar original

Rosa e Antenor permanecem na casa após as mudanças Giovanna Bembom/Metrópoles

O strudel de maçã após ficar pronto: massa crocante, recheio cremoso e pedaços de maçã no tamanho certo Giovanna Bembom/Metrópoles

Maria Rosa dos Santos, ou somente Rosa, tem 15 anos na casa. Antenor mantêm o posto de confeiteiro há 20 anos Giovanna Bembom/Metrópoles

Juntos, o quarteto pretende manter a tradição mas focar nas novidades Giovanna Bembom/Metrópoles

Da esquerda para a direita: Geraldo, Antenor, Rosa e Meg Giovanna Bembom/Metrópoles

Foto de Raul, filho dos proprietários originais, quando ainda morava na Alemanha fazendo curso de confeitaria Giovanna Bembom/Metrópoles

O espaço também passou por uma pequena renovação Giovanna Bembom/Metrópoles

Confeitaria Chico Mineiro Giovanna Bembom/Metrópoles
Aprendizado na origem
A Das Haus foi fundada em 3 de outubro de 1980 por Irmi, Clécio e Raul de Thomas. Raul de Thomas morou em Augsburg, Alemanha, fez curso de confeitaria e trabalhou como confeiteiro chefe em uma das lojas da cidade.
Da equipe de funcionários que participou da estrutura inicial, permanecem Rosa e Antenor. Antenor, o confeiteiro, tem 20 anos de casa. Rosa acaba de completar 15 anos de trabalho na Das Haus. De acordo com Meg, manter Antenor na confeitaria é garantia de que a tradição vai continuar.
Ele aprendeu as receitas direto de Irmi, a fundadora original, nascida na Alemanha. O estilo da cozinha alemã não se assemelha com a confeitaria francesa, na qual a manteiga é a grande heroína. Aqui, fazem muito sucesso as frutas, principalmente a maçã.
Rosa é responsável por fidelizar os clientes. Só sorrisos, ela conta que as mudanças na casa foram muito bem-vindas. “Não dá para viver na mesmice”, conta.
Durante anos, trabalhou com os fundadores originais. Eram bons amigos. Rosa conta que só o episódio de sua contratação já é inesquecível.
“Eu vi a vaga em um anúncio de jornal. Cheguei para fazer a entrevista. Estava em pânico, desanimada. Tinha um monte de garotas novas, bonitas, e eu lá, com mais de 30. Achei que não tinha chance. Acredito que meu sorriso fez efeito, porque nunca mais eu saí daqui. Nem pretendo”.
De cinco em cinco minutos, passa algum cliente e cumprimenta Rosa. Além do atendimento conhecido pela constante gentileza, ela tem o carinhoso apelido de “patrimônio tombado” da Das Haus.
Menu mais brasileiro e tele-entrega
Após a renovação, o cardápio foi abrasileirado, incluindo opções como a torta de prestígio, sensação, e a famosa torta de brigadeiro. Mil folhas e docinhos regionais também são vendidos.
Geraldinho, esposo de Meg Suda, faz questão de lembrar que o doce de leite, o queijo e a goiabada usadas nas receitas são de marcas artesanais e tipicamente mineiras: para fazer jus ao nome Chico Mineiro.
O preço médio da fatia de torta é R$ 9. Já a peça inteira varia de sabor para sabor. É bom ligar antes para se informar. Agora, a Confeitaria Chico Mineiro faz também entregas de encomendas para festa em qualquer parte do DF, com preço de taxa variável. Basta negociar.
Com tantas mudanças, os novos proprietários ainda não estão satisfeitos. O futuro pode reservar algumas novidades para a recém-chegada Confeitaria Chico Mineiro: cafés da manhã, venda de massas e pães artesanais. Isso, claro, sem deixar para trás a herança alemã da Das Haus.
Confeitaria Chico Mineiro
104 Norte, Bloco D, Lojas 54/60, 3326-9419. De segunda a sábado, das 8h às 19h. Domingo, 9h às 17h.