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Sem documentos suficientes, Fifa paralisa processo contra Del Nero

O presidente da CBF dificilmente será banido do futebol enquanto permanecer no Brasil sem uma ação da Justiça local

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Marco Polo Del Nero
1 de 1 Marco Polo Del Nero - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

De mãos atadas, a Fifa não avança nas investigações em relação ao presidente da CBF, Marco Polo del Nero, e o cartola dificilmente será banido do futebol enquanto permanecer no Brasil sem uma ação da Justiça local.

Del Nero foi indiciado pela Justiça dos EUA, em dezembro de 2015, acusado de corrupção. Dias depois, a entidade máxima do futebol anunciou que havia aberto uma investigação contra o brasileiro para determinar uma eventual expulsão do esporte. Na prática, uma decisão nesse sentido o obrigaria a deixar a CBF.

Mas, sem sair do Brasil, Del Nero evitou ser preso, como ocorreu com José Maria Marin. Para completar, uma juíza no Rio de Janeiro impediu qualquer colaboração entre o Ministério Público no Brasil e os procuradores nos EUA.

Ainda assim, a Fifa considerava que poderia reunir documentos que justificassem uma suspensão do futebol, o que exigiria que ele deixasse o poder na CBF. Em agosto de 2016, o Estado revelou que a Fifa tinha a esperança de concluir as investigações e tomar uma decisão até o final daquele ano.

Mas o que recebeu como documentação foi considerado como insuficiente para determinar sua suspensão do futebol. A entidade foi munida pelo trabalho realizado pela CPI do Futebol, no Senado, um informe alternativo preparado pelo senador Romário e outros documentos. Ainda que tenham sido considerados como elementos “fortes”, eles seriam suficientes apenas para abrir um inquérito. Mas não ainda para realizar uma condenação.

Nem mesmo o indiciamento nos EUA foi considerado como uma peça que poderia garantir sua punição. Isso por conta das exigências legais e da consideração de que um indiciamento não determina culpabilidade.

Para que um caso avance na Fifa, existem agora três opções: a primeira seria de que novas evidências cheguem à entidade em Zurique. A segunda possibilidade é de que, no Brasil, o Ministério Público finalmente avance em relação às investigações contra a CBF. Em maio de 2015, o MP informou que um procedimento havia sido aberto. Mas o colocou em “sigilo absoluto”. Quase dois anos depois, nenhum resultado foi apresentado.

Por fim, ainda que praticamente excluído, a Fifa agiria se Del Nero viajasse ao exterior e fosse preso e extraditado aos EUA, exatamente o cenário que afetou Marin. O princípio usado no caso do ex-presidente da CBF é de que, com uma prisão, fica claro que não apenas existe um indiciamento, mas também uma avaliação por um segundo país de que as provas são suficientes para justificar uma detenção.

Poder
Enquanto esses cenários não ocorrerem, Del Nero deverá se manter como presidente da CBF e fora de qualquer ameaça dentro da Fifa. A própria presença do presidente da entidade, Gianni Infantino, na sede da CBF, em agosto do ano passado, causou mal-estar entre certos setores dentro da Fifa.

Mas Infantino, que foi amplamente apoiado pela Conmebol em sua eleição, não demorou para retribuir a aliança com a região. Ao novo presidente da entidade sul-americana, ele deu dois cargos de grande influência dentro da estrutura de poder da Fifa: a presidência do Comitê de Finanças e a vice-presidência do Sub-Comitê de Compensações, que determina os salários de todos os cartolas. Nesses cargos foi colocado Alejandro Domingues, presidente da Conmebol e aliado de Infantino.

A entidade sul-americana, apesar de ter seus três últimos presidentes detidos por corrupção, já conseguiu também voltar a receber recursos da Fifa, na esperança de que faria uma reforma.

Não por acaso, em janeiro, a Conmebol foi a primeira a declarar seu apoio ao projeto do presidente da Fifa de ampliar a Copa do Mundo de 32 para 48 seleções.

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