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Procuradoria pede prisão inafiançável do ex-presidente do Barcelona

Sandro Rosell é investigado por usar jogos amistosos da Seleção Brasileira para lavagem de dinheiro

atualizado

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Arquivo/Estadão Conteúdo
sandro rosell, ricardo teixeira
1 de 1 sandro rosell, ricardo teixeira - Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo

A procuradoria da Espanha pediram nesta quinta-feira (25/5) pela prisão incondicional (sem direito ao pagamento de fiança) para Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona investigado por usar jogos amistosos da Seleção Brasileira para lavar dinheiro.

Depois de uma audiência de duas horas em Madri, os procuradores apresentaram ao juiz a solicitação da prisão nesta condição para que ele não tenha o benefício de poder desembolsar um valor para reduzir o efeito prático de sua possível sentença.

Na terça-feira (23), a polícia espanhola prendeu Rosell, que tinha parceria com o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira. Os investigadores deixaram claro ainda que miram no brasileiro e em seus negócios com a Seleção. Teixeira, entre os espanhóis, é considerado como o principal arquiteto deste esquema.

No total, cinco pessoas foram detidas e os policiais fizeram buscas e apreensões em endereços em Barcelona, Andorra, pequeno país que fica perto da Espanha, e outras duas cidades desta região do continente europeu. A operação dentro da casa do ex-dirigente durou dez horas, com questionamentos e o acesso a computadores, celulares e arquivos.

O centro da investigação é o esquema de lavagem de dinheiro que Rosell manteve com a CBF, revelado com exclusividade pela reportagem do Estado em 2013. A suspeita é de que os dois investigados tenham lucrado US$ 15 milhões (cerca de R$ 49 milhões) com a venda de direitos de imagem para os jogos amistosos do Brasil a uma empresa do Catar. Dali, o dinheiro era desviado para uma conta em Andorra, onde Teixeira chegou a ter residência.

Investigadores indicaram que as suspeitas apontam que os jogos da Seleção foram usados como pretexto para que a dupla de cartolas emitisse contratos e notas falsas para justificar pagamentos, lavando dinheiro.

Assim, recursos obtidos de forma irregular entravam em suas contas de forma legítima. Outra suspeita é de que uma parcela do dinheiro que deveria ir para a CBF acabava de fato nas contas dos dirigentes.

Investigação
Apelidada de “Operação Rimet”, a iniciativa das forças de ordem ocorre depois de investigações de lavagem de dinheiro por parte do ex-cartola do Barcelona, que se apresentou diante do tribunal nesta quinta. A operação está sendo conduzida depois de investigações por parte da Unidade de Delinquência Econômica e Fiscal da Polícia Nacional e do FBI.

Os americanos irão pedir a extradição do espanhol. Foram, de fato, as investigações nos Estados Unidos que deram os primeiros indícios de movimentações de contas na Espanha.

Tais dados abriram caminho para a descoberta de uma rede desenhada por Rosell para ocultar dinheiro. A Justiça já bloqueou cerca de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 36 milhões) em contas, além de cerca de 50 imóveis, avaliados em mais de 25 milhões de euros (algo em torno de R$ 91 milhões).

Amistosos
A investigação também confirma o esquema revelado em 2013, sobre como Rosell mantinha contratos de fachada com a CBF e que parte da renda dos amistosos jamais chegava ao Brasil. Eles eram transferidos para empresas com sede nos Estados Unidos, registradas em nome do ex-presidente do Barça.

A prática, segundo documentos consultados e fontes escutadas também com exclusividade pelo Estado, teria marcado a gestão de Teixeira na CBF a partir de 2006.

O detentor do direito de organizar os jogos era, desde 2006, a ISE, empresa árabe com sede nas Ilhas Cayman. Mas, segundo pessoas envolvidas com o pagamento desses cachês, nem todo o dinheiro que saía das federações estrangeiras, direitos de imagem ou governos de outros países eram enviados ao Brasil.

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