metropoles.com

Fifa anuncia US$ 4 bilhões para “fortalecer” o futebol no mundo

Nos primeiros quatro anos, cada federação nacional receberá pelo menos US$ 1,5 milhão, contra um valor que não passava de US$ 400 mil na Era Blatter

atualizado

Compartilhar notícia

FIFA/Divulgação
fifa2
1 de 1 fifa2 - Foto: FIFA/Divulgação

Ele prometeu durante sua campanha eleitoral e, agora, abriu os cofres. O novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou a distribuição de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 12,8 bilhões) ao futebol mundial até 2026, num plano que tem como meta oficial “fortalecer” o esporte e desenvolver novas equipes competitivas pelo mundo.

Questionado se a CBF receberia os recursos, mesmo tendo um presidente indiciado nos Estados Unidos, Marco Polo Del Nero, Infantino deixou no limbo o apoio ao Brasil. “Esse é um dos pontos que não é mais decidido pelo presidente da Fifa. Mas, sim, pelo comitê de Desenvolvimento e as entidades que querem receber sabem que precisam seguir certos critérios”, disse o presidente da Fifa. “Vamos ver. Para quem não tem nada a esconder, não existe problema”, afirmou.

Em um documento que passou a ser chamado de “Fifa 2.0: a Visão para o futuro”, o novo presidente indica que, pela primeira vez na história da entidade, um plano é apresentado sobre como desenvolver o esporte no mundo.

Em parte, o dinheiro para fortalecer seleções em todo o planeta é um complemento à sua ideia de expandir a Copa do Mundo de 2026 para 48 seleções. Nesta quinta-feira (13/10), cada um dos dirigentes recebeu dez propostas diferentes da cúpula da Fifa, com opções sobre como reformar o Mundial e ter o torneio em até 39 dias.

Ainda que a proposta de 48 seleções enfrente resistência, ela é a preferida de Infantino. O temor de muitos é de que a qualidade do evento caia. Mas, para o presidente, o investimento de US$ 4 bilhões mudaria esse cenário e tornaria mais competitivos times que atualmente são inexpressivos.

Segundo Infantino, a decisão final sobre o formato do Mundial será tomada em janeiro. Mas ele garante que a primeira reação dos dirigentes nesta quinta-feira foi “positiva”. “Precisamos ver se ficamos em 32 ou se vamos para 40 ou 48 seleções, que é o nosso foco”, disse. “Ainda precisamos fazer nossa lição de casa.

O presidente da Fifa rejeita a tese de que uma Copa com 48 diluiria a qualidade do torneio. “Pelo contrário, o nível do futebol melhoraria, e não pioraria”, insistiu. “Com 48 times, uma eliminatória inicial permitiria que só os melhores fiquem, o que elevaria o nível da competição”, declarou. “Só os melhores 32 ficariam”, disse, lembrando que a expansão “funcionou” para a Eurocopa.

Parte do plano da distribuição de dinheiro, porém, tem uma relação direta com sua promessa de campanha e os interesses de Infantino em garantir uma reeleição. Desde os anos 70, o brasileiro João Havelange e o suíço Joseph Blatter descobriram que poderiam comprar apoio ao proliferar o programa de ajuda para federações nacionais. A forma improvisada dos projetos, porém, levaram a entidade a ter dez linhas de financiamento diferentes, sem auditoria ou exigências.

Agora, Infantino decidiu centralizar em apenas um único fundo, a ser monitorado. De uma forma direta, a Fifa anuncia que, em quatro anos, vai distribuir inicialmente US$ 1,4 bilhão, quatro vezes mais que Blatter fazia. No restante da década, o valor vai ainda aumentar. “Queremos fazer o jogo maior e de maior importância ao mundo”, disse Infantino. “Vamos investir no jogo, nos jogadores e em seu futuro”, afirmou.

Nos primeiros quatro anos, cada federação nacional receberá pelo menos US$ 1,5 milhão, contra um valor que não passava de US$ 400 mil na Era Blatter. Por ano, o dinheiro representa o desembarque de pelo menos US$ 100 milhões a cada ano diretamente nas contas das federações nacionais, sob a justificativa de ajudar a “profissionalizar a administração”.

O dinheiro ainda será usado para a segurança de estádios, campos de treinamento e investimentos em novas tecnologias. A Fifa ainda promete trabalhar com federações nacionais para implementar sistemas de licenciamento de clubes e futebol de base.

Um dos objetivos da Fifa é o de investir no futebol feminino. A meta é a de dobrar o número de jogadoras pelo mundo, passando a 60 milhões de pessoas em 2026. No Brasil, são cerca de 700 jogadoras oficialmente registradas. Nos EUA, existem 9 milhões de pessoas federadas. Para isso, a Fifa irá reservar US$ 315 milhões para distribuir às federações nacionais para que paguem por ligas, torneios, seleções nacionais e infraestrutura.

Próxima Copa
A Fifa vai assumir praticamente sozinha a realização das próximas edições da Copa do Mundo, esvaziando o trabalho do Comitê Organizador Local a partir de agora e tomando as rédeas até mesmo da venda de ingressos. Há dois anos, o Comitê criado no Brasil recebeu US$ 440 milhões da Fifa para ajudar na organização do Mundial.

Fontes do alto escalão da Fifa confirmaram à reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que foi a experiência do Brasil que levou a entidade a repensar a forma de organizar os Mundiais. A atividade do COL do Mundial do Brasil passou a ser alvo de investigações, inclusive de CPI no Brasil e do FBI, nos Estados Unidos, que apura as relações entre Teixeira e o ex-secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEsportes

Você quer ficar por dentro das notícias de esportes e receber notificações em tempo real?