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Após atentados em Paris, Europa reforça a segurança nos estádios de futebol

Mais policiais armados, mais agentes à paisana infiltrados entre as pessoas e mais rigor na revista dos torcedores darão o tom daqui para a frente nos estádios e seus arredores

atualizado

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DAVID VINCENT/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Lorient X PSG
1 de 1 Lorient X PSG - Foto: DAVID VINCENT/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O ataque terrorista que matou três pessoas nas imediações do Stade de France durante o amistoso entre França e Alemanha no dia 20 provocou uma mudança que durará por um bom tempo – e talvez seja definitiva – no futebol europeu. Não dentro de campo mas no esquema de segurança montado para cada partida. Mais policiais armados, mais agentes à paisana infiltrados entre as pessoas e mais rigor na revista dos torcedores darão o tom daqui para a frente nos estádios e seus arredores.

O sistema de segurança preparado para o jogo entre franceses e alemães levava em conta que o presidente François Hollande estaria presente nas tribunas. Mas o que aconteceu, com suicidas detonando explosivos e atirando granadas (e um deles, com o ingresso na mão, por pouco não conseguiu entrar), mostrou para as autoridades europeias que uma nova era tinha de começar em termos de policiamento nos estádios. De agora em diante todos os jogos merecerão rigor máximo e tolerância zero no controle dos torcedores. E, ao menor indício de que um ataque pode ocorrer, os jogos serão cancelados.

“É inevitável que os padrões de segurança se tornem mais altos depois do que aconteceu na França”, disse Juliette Kayyem, dirigente do Centro Internacional para Segurança do Esporte – entidade não governamental baseada em Doha (Catar). “Será preciso instalar detectores de metais nos estádios em que não há esse equipamento, e as pessoas se sentirão mais seguras se virem mais policiais armados cuidando da segurança nos estádios”.

Três dias depois dos atentados em Paris, o amistoso que Bélgica e Espanha disputariam em Bruxelas foi cancelado por medida de segurança. No dia seguinte, o jogo entre Alemanha e Holanda em Hannover também foi cancelado. Nesse caso, a decisão foi tomada apenas duas horas antes do início do amistoso, quando já havia movimentação em torno do estádio – que receberia a premiê alemã Angela Merkel. Segundo a polícia local, foram detectados fortes indícios de que ocorreriam ataques com explosivos.

A seleção alemã, que depois do jogo contra a França teve de passar a noite no vestiário do Stade de França, de onde saiu sob forte escolta na manhã seguinte rumo ao aeroporto, havia passado por outro susto na capital francesa na manhã da partida. O hotel em que estava hospedada teve de ser evacuado por uma ameaça de bomba, o que fez com que a delegação se transferisse para o complexo de Roland Garros, onde é disputado o torneio de tênis válido pelo Grand Slam.

Nova era
Na mesma terça-feira (17/11) em que seriam disputados os jogos em Bruxelas e Hannover, foi inaugurada a era dos esquemas de segurança antiterrorismo em partidas de futebol com o amistoso entre Inglaterra e França em Londres. E os cuidados que se viram em torno de Wembley passaram a ser replicados por toda a Europa.

O plano de segurança do clássico que Real Madrid e Barcelona disputaram neste sábado no Santiago Bernabéu, por exemplo, começou a ser posto em prática na quarta-feira (18). Desde esse dia, foi constante a varredura das ruas de acesso à arena merengue em busca de artefatos explosivos. Foram instalados três postos de controle para revista do público e proibida a entrada com mochilas, bolsas e sacolas – medida que foi adotada também em outros países.

Para a Eurocopa, que será em junho na França, o rigor e a vigilância serão ainda maiores. Os torcedores que se acostumem logo, porque os novos tempos chegaram para ficar.

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