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“The Walking Dead” quer garantir público com uso de violência gratuita

Sem resolver a trama e com exageradas doses de agressão, a série garante audiência mas não consegue agradar os fãs mais fiéis

atualizado

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Apesar da promessa de uma grande batalha e a morte de uma personagem do elenco principal, a 7ª temporada de “The Walking Dead” (TWD) termina do jeito que começou: sem resolução e com exageradas doses de violência gratuita. A estratégia, indicam os números de audiência, garante bom volume de público, mas desagrada fãs que acompanham a série desde 2010.

“O Primeiro Dia do Resto de Nossas Vidas”, episódio que foi ao ar neste domingo (2/4), mostra a iminência da Guerra Total entre Alexandria, onde se encontra o grupo de Rick Grimes (Andrew Lincoln), e Santuário, comandado por Negan (Jeffrey Dean Morgan). Essa foi exatamente a proposta do primeiro episódio, no qual Abraham e Glenn são mortos por desafiar o poderoso vilão.

O que acontece entre o 1º e o 16º episódio é apenas uma sucessão de situações angustiantes que terminam sempre do mesmo jeito: Negan vencedor e alguém morto de maneira extremamente dolorosa. Aliás, a violência gratuita do líder do Santuário reinou soberana ao longo da temporada.

Enquanto humilha verbal e psicologicamente cada um dos personagens do elenco principal, Negan ainda arranca as tripas de um, joga outro dentro de um forno aceso, atira em vários e ameaça – constantemente – acertar a “Lucille” (seu taco de estimação) em quem estiver pela frente.

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A existência de um vilão tão irascível (e invencível, ao que parece) poderia servir de mote para que os personagens tivessem seus lugares-comuns reavaliados dentro da série. Mas isso não ocorre. Rick, ainda que tenha seus altos e baixos, continua sendo o líder nato, enquanto os outros sobreviventes seguem em seus papéis de sempre.

Para piorar, outros grandes nomes da trama parecem ter perdido seu vigor. É o caso de Michonne (Dannai Gurira). De uma hábil espadachim que carregava dois zumbis acorrentados, ela passou a ser a submissa namorada do líder e mais vive sob a sombra dele do que atua por si só.

Além disso, “TWD” parece ter perdido a sua principal característica: avaliar a existência em um mundo pós-apocalíptico repleto de zumbis. Aqui, nesta temporada, os mortos-vivos são figurantes que não impõem medo, chegando a serem cômicos em algum momento. Se o cenário fosse um faroeste, a trama não precisaria sofrer quase nenhum tipo de alteração.

Continuação
O sucesso de “TWD”, em que o penúltimo episódio chegou a ser assistido por 10,5 milhões de pessoas, deu ânimo para que os produtores afirmassem a continuação da série. “Estamos tentando fazer por 20 anos. O quadrinho alcançou isso e eu espero ansiosamente por cada edição”, disse Scott Gimple, o criador da série.

Apesar disso, ainda não se sabe exatamente quando a 8ª temporada deve ser exibida na televisão. A expectativa é que, assim como ocorreu com as temporadas anteriores, sejam lançados os novos episódios a partir de outubro deste ano.

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