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Corpo do jornalista Marcelo Rezende é sepultado em São Paulo

Caixão do apresentador seguiu em cortejo até o cemitério de Congonhas, onde foi aplaudido em sua chegada. Enterro foi restrito à família

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AGNEWS
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1 de 1 img-781964-luiz-bacci-se-despede-de-marcelo-rezende20170917101505655147 - Foto: AGNEWS

O corpo do jornalista Marcelo Rezende foi sepultado na tarde deste domingo (17/9), no Cemitério de Congonhas, zona sul da cidade de São Paulo. O enterro foi restrito a familiares e amigos do apresentador. O corpo de Rezende saiu em cortejo da Assembleia Legislativa do estado, local em que ocorreu o velório, até o cemitério, onde foi aplaudido em sua chegada. O autor do bordão “Corta pra mim” morreu na tarde deste sábado (16) em decorrência de um câncer no pâncreas e no fígado.

O corpo de Rezende foi transportado em um caminhão do Corpo de Bombeiros. O cortejo pelas ruas de São Paulo foi acompanhado por uma multidão de fãs, que gritavam “Marcelo, Marcelo” e inclusive auxiliaram na subida do caixão no automóvel. Com a cerimônia restrita apenas a amigos e familiares, o público permaneceu na entrada do cemitério.

Durante o velório, realizado na manhã deste domingo (17), os cinco filhos do jornalista Marcelo Rezende fizeram um brinde ao pai. Apreciador de vinhos e da boa comida, o apresentador da Record chegou a dizer que não sentia mais o sabor da bebida devido ao avanço do câncer. Após uma benção, o caixão foi fechado por volta das 15 horas.

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A notícia da morte do apresentador foi dada em primeira mão pelo Metrópoles. Em nota, o hospital confirmou o óbito: “Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do jornalista e apresentador Marcelo Rezende, 65 anos, às 17h45min, no dia 16 de setembro de 2017, no Hospital Moriah, em São Paulo”. A Rede Record anunciou o falecimento de Rezende cerca de uma hora depois. A emissora lamentou a morte do funcionário e ofereceu condolências aos familiares.

Em maio deste ano, Rezende revelou a descoberta do câncer durante entrevista para o “Domingo Espetacular”. Apesar do diagnóstico, o jornalista, com mais de 30 anos de carreira, dizia estar muito otimista em relação à cura.

Em decisão polêmica, o apresentador abandonou a quimioterapia e seguiu tratamentos alternativos para combater o avanço da doença. “Uma das coisas que me deixaram triste foi quando eu desisti da medicina tradicional e algumas pessoas, ainda bem que foram poucas, me chamaram de covarde. Mas como posso ser covarde se cada passo que eu dou é orientado pelo meu Pai. Portanto, eu quero dizer uma coisa: foi a melhor decisão que eu tomei”, escreveu o jornalista.

Carreira
Marcelo Luis Rezende Fernandes nasceu na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, em 1951. Aos 17 anos, iniciou a carreira no jornalismo no extinto Jornal dos Sports, também no Rio. Dois anos depois, trabalhou na Rádio Globo e no jornal O Globo, onde foi colega do escritor Nelson Rodrigues e do jornalista investigativo Tim Lopes.

Ele atuou como repórter esportivo na revista Placar, onde teve a oportunidade de acompanhar a seleção brasileira em duas Copas do Mundo. A atuação na área de esportes o levou ao seu primeiro trabalho na televisão, em 1987, na TV Globo. Já na emissora, passou a cobrir pautas policiais e a se dedicar a reportagens que exigiam investigação.

O maior caso de sua carreira foi a série de denúncias de execuções sumárias realizadas por policiais na Favela Naval, em Diadema, São Paulo, em 1997. A cobertura, transmitida no Jornal Nacional, rendeu-lhe o prêmio Líbero Badaró de jornalismo.

Na TV Globo, comandou, a partir de 1999, o programa “Linha Direta”, que recriava casos policiais. Rezende trabalhou ainda na RedeTV, na TV Bandeirantes e na TV Record, onde teve duas passagens: a primeira, de 2004 a 2005, no “Cidade Alerta”, e a segunda, no período de 2010 a 2017. Em 2010 foi repórter especial do “Domingo Espetacular” e, no ano seguinte, passou a apresentar o “Repórter Record”. Em 2012, porém, retornou ao “Cidade Alerta”, no qual permaneceu até ser afastado para iniciar o tratamento. Rezende, mesmo após o diagnóstico de câncer, ainda apresentou três edições do programa que o consagrou.

No “Cidade Alerta”, o jornalista ancorava reportagens sobre crimes e corrupção com um estilo informal e brincalhão, em uma tentativa de dar mais leveza ao programa policial. Seus bordões eram repetidos pelos fãs e se tornaram a marca registrada de suas transmissões.

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