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“Castelo de Areia”, filme de Fernando Coimbra, estreia na Netflix

O diretor brasileiro é responsável pelo filme “Lobo Atrás da Porta” e por dois episódios da série “Narcos”

atualizado

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castelo de areia fernando coimbra
1 de 1 castelo de areia fernando coimbra - Foto: Divulgação

Chris Roessner gosta de dizer que teve o “insight” para escrever Sand Castle, Castelo de Areia, numa noite em que, como soldado, estava de guarda no palácio de Saddam Hussein, em Bagdá Fernando Coimbra, diretor do telefilme que estreia sexta (21/4), na Netflix, está contando a gênese de sua aventura norte-americana. “Chris viu o DVD de Platoon no laptop. Ele já sonhava com o cinema, mas ali, naquele momento, se convenceu de que era o que queria fazer.”

Platoon, só para lembrar, conta a experiência do diretor e roteirista Oliver Stone no Vietnã – e recebeu os Oscars de filme, direção, montagem e som. Stone filmou o próprio batismo de sangue, contando como um garoto patriota perdeu a inocência no campo de batalha. A visão de Coimbra/Roessner vai em outra direção. “O que me atraiu de cara foi que não se trata da típica odisseia de guerra de Hollywood.”

E o diretor prossegue. “Gostei do personagem porque ele não tem nenhuma motivação patriótica inicial. Vai para a guerra para ganhar dinheiro e pagar a universidade, quando voltar. Não quer matar ninguém nem se vingar pelo 11 de Setembro. Sua jornada não é a do herói de guerra.” E isso não é nem um pouco frequente na produção dos EUA.

Esse foco já havia antes da entrada de Coimbra e foi o que motivou os atores, Nicholas Hoult e Henry Cavill, mas ele admite que, sim, fez alguns ajustes no roteiro de Roessner. Na sequência de Castelo de Areia, Coimbra já dirigiu Narcos 3 – ficou fora do 2 justamente por seu comprometimento nesse filme. Narcos 3? E…? “Só posso dizer que o (Pablo) Escobar morreu”, brinca o diretor. E não adianta insistir, porque nada mais se tira dele.

O lançamento será objeto de uma campanha internacional. Toda discrição é pouca. Seu próximo projeto o trará de volta ao Brasil. Com produção da Gullane Filmes, como Lobo Atrás da Porta. Uma história ambientada no Rio, sobre corrupção e violência. “Escrevi o filme antes que todo esse mar de lama viesse à tona. Agora vai dar a impressão de que a ficção corre atrás da realidade.”

Como tem sido para Coimbra acompanhar a distância tudo o que ocorre no Brasil? “Por um lado é bom estar imerso no trabalho, num outro contexto. Todas essas informações chegam residualmente Mas é uma coisa que não acaba nunca. Cada dia é uma novidade. Durante todo esse processo, vim ao Brasil algumas vezes, fiz passeatas. O negócio é acreditar que, de tudo isso, surgirá um País melhor.” Já que a parceria dele com Leandra Leal foi tão boa em Lobo Atrás da Porta, ela estará na próxima ficção brasileira de Coimbra? “Não, mas com certeza quero voltar a trabalhar com Leandra. Ela é maravilhosa.”

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