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Morre Dimer Monteiro, ator paulista que marcou a cena teatral do DF

O artista integrou o elenco da montagem que inaugurou o Teatro Dulcina, em 1980, e participou de espetáculos que fizeram história na capital

atualizado

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Reprodução/Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
dimer monteiro
1 de 1 dimer monteiro - Foto: Reprodução/Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Morreu na madrugada desta terça-feira (25/10) o ator Dimer Monteiro, paulista que veio para a capital nos anos 1960 e fez história na cena teatral local. Dimer estava internado desde o início do mês na UTI Hospital São Mateus, no Cruzeiro, com infecções e problemas respiratórios.

Dimer Monteiro foi uma figura fundamental no desenvolvimento do teatro no Distrito Federal. Nos anos 1970, no Colégio Pré-Universitário, participou ativamente da área de artes cênicas, coordenada por Laís Aderne e que reunia, além dele, João Antônio, Néio Lúcio e os alunos Guilherme Reis e Iara Pietricovsky.

Na década seguinte, sobressaiu por levar aos palcos espetáculos de forte temática social. Entre eles, montagens de “O Desordeiro na Escada”, de Joe Orton, “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, e “Os Rapazes da Banda”, de Mart Crowley.

Também dirigiu Alexandre Ribondi na antológica “Crepe Suzette — O Beijo da Grapette”, que permaneceu em cartaz por meses e meses, no antigo Teatro da ABO, no fim da L2 Sul, no ano de 1983.

No cinema, Dimer Monteiro teve participações em “A Idade da Terra”, de Gláuber Rocha, “A República dos Anjos”, de Carlos Del Pino, e  de “Louco por Cinema”, de  André Luiz Oliveira

Formador de atores
Além de atuar, formou um grande número de atores como professor de artes cênicas. Na página do ator no Facebook, vários desses ex-alunos e amigos manifestaram pesar. “Um guerreiro. Um mestre que ensinou uma geração inteira de atores”, escreveu Renata Diniz.

Luciana Martuchelli também ressaltou o papel de mestre de Dimer. “Serei sempre grata pelo amigo, mestre, professor e guardião que você foi. Em parte dos meus melhores dias no teatro; você me inspirou como diretor e eu tive a oportunidade de, ao seu lado, como atriz, dar um salto que em anos a academia não me apontaria”.

Elia Cavalcante conta uma história que resume a postura de Dimer Monteiro em sala de aula:  “Foi minha primeira aula de artes cênicas, primeiro professor que conheci na faculdade. E até hoje lembro desse dia. Eu tinha 17 anos, estava ansiosa, empolgada, incerta… Entra um professor imponente, brincalhão mesmo com toda seriedade. Nos fala quem ele é, sua caminhada pessoal e artística. E em seguida nos pergunta (num grito para chamar atenção dos desatentos): E vocês, o que vieram fazer aqui? Minha resposta foi silenciosa e ficou dentro de mim e ecoou durante tempo.Não sabia bem o que dizer, mas aquele professor, depois de seu discurso, deu um start no meu pensamento que até hoje me persegue…”

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