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Produtores e artistas transformam espaço do Dulcina em centro cultural

Espaço no Conic abriga espetáculos, festas, shows e rodas de discussão. Próximo grande evento ganhou o nome de Inspira Brasília

atualizado

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Alexandre Magno
subsolo teatro dulcina
1 de 1 subsolo teatro dulcina - Foto: Alexandre Magno

Muito se fala sobre uma revitalização do Dulcina e do Conic, no Setor de Diversões Sul. Mas como pode se devolver vida a algo que nunca morreu? Andou capengando, com a falta de incentivo e de visibilidade, mas o pulso mesmo fraco ainda esteve ali, firme e contínuo.

Um dos espaços ícones do DF, o Conic por si só é um grande caldeirão de culturas. Mas a área que compreende o Teatro Dulcina de Moraes abriga um dos maiores tesouros da capital. E prestes a completar 36 anos, no próximo dia 21, o teatro projetado por Oscar Niemeyer ganhou novo fôlego com a chegada de produtores brasilienses que decidiram pôr a mão na massa e transformar o prédio em um centro cultural.

O pilar dessa nova fase é o projeto Dulcina Vive, impulsionado por coletivos de produtores e artistas. São pessoas que decidiram pensar e atuar para que a memória cultural do DF permaneça ativa. Na página da iniciativa no Facebook são postados diariamente todos os projetos que vão ocupar os espaços. Aí entra a programação do teatro, quais serão os shows, festas e rodas de bate papo.

Um dos espaços que está voltando com tudo no Complexo Cultural Dulcina de Moraes é a Sala Conchita, que já começou a…

Publicado por Dulcina Vive em Segunda, 29 de fevereiro de 2016

 

Festival Inspira Brasília
Para Jenny Choe, produtora e uma das vozes por de trás do Dulcina Vive, um dos eventos mais significativos para se pensar toda essa reformulação está marcado para entre os dias 13 e 16 de abril. O projeto ganhou o nome de Inspira Brasília e convida organizações sociais e coletivos culturais para debaterem no Conic a construção de uma cidade mais plural, justa e democrática.

Organizado pelo Movimento Nossa Brasília em parceria com o Inesc, Movimento Dulcina Vive e Grito das Periferias, o festival vai abrigar apresentações musicais, teatro, hip-hop, oficinas de mobiliário urbano e skate, exposições, feiras, cinema e grafite, para discutir temas como sustentabilidade, democracia, direitos, igualdade, raça, gênero, mobilidade, agricultura urbana e gestão solidária de resíduos sólidos.

Reprodução

No encerramento, sábado (16/4), está prevista a segunda edição dos Diálogos Inspiradores, um importante momento de debate que terá falas de integrantes dos movimentos Família de Rua (Pedro Valentim, de Belo Horizonte), Ocupe Estelita (Edinéia Alcântara, de Recife), Quem Desligou o Som? (Renato Fino, de Brasília) e Nossa Brasília (Renata Florentino, atua com mobilidade urbana).

COMO É | COMO PODE SERNós amamos o Setor de Diversões Sul (nosso ♥ Conic) do jeitinho que é. Mas é possível, com…

Publicado por Dulcina Vive em Segunda, 14 de março de 2016

 

Música todas as quartas
Enquanto o Inspira não chega, é importante recapitular alguns pontos que já vêm demonstrando a força que a união desses coletivos em prol do Dulcina promoveu. Às quartas-feiras, por exemplo, o teatro é palco do projeto Quarta Dimensão, que leva música autoral e independente ao centro de Brasília.

Rodrigo Barata, integrante do coletivo Criolina, é um dos curadores do evento, que semanalmente recebe músicos de qualidade e pratica a proposta do “Quanto vale o show?”, em que o espectador escolhe quanto quer pagar, começando por R$ 5. “Quanto mais coletivos estiverem envolvidos é melhor. Precisamos pensar em como a área do Dulcina e do Conic tem potencial para ser um polo cultural e gastronômico do DF”, observa.

Nas paredes, em vez teias, grafites
Com uma programação intensa, que busca não só promover festas, mas também debates relevantes sobre aspectos sociais, o Movimento Dulcina Vive já deu grandes passos, levando à região central da cidade um novo público que ainda não estava acostumado a aproveitar o Conic como um centro de cultura.

Por ali passaram no último mês Liniker e Rico Dalasam, dois importantes nomes da black music brasileira da atual geração. Nas paredes do subsolo, no lugar de teias e de muita poeira, agora estão grafites de artistas renomados do DF, o que comprova ainda mais o caráter colaborativo dessa empreitada.

Pelas vielas do Conic, atente-se para o pulsar dessa novas vidas que se entrelaçaram à memória da atriz Dulcina de Moraes. Um bom momento para homenagear essa fase de plantio e colheita é no Inspira Brasília e na próxima edição da festa Criolina, marcada para o dia 21 de maio, que fará uma edição especial em homenagem ao Conic reunindo alguns personagens que mantiveram o coração deste gigante batendo forte durante todos esses anos.

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