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Clarice Falcão: “Metade do Brasil me odeia por eu ser de esquerda”

A artista vem a Brasília neste domingo (6/8) para show no Festival CoMA

atualizado

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AgNews
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1 de 1 260322_dani_calabresa_clarice_falcao_e_gregorio_duvivier_em_estreia_de_desculpe_o_transtorno_sp_0609_g - Foto: AgNews

Clarice Falcão é uma artista inquieta. Não curte projetos muito longos, seja na música, no teatro ou no YouTube. A turnê do disco “Problema Meu”, que roda o Brasil há um ano e meio, está com os dias contados. Diante disso, ela passa por Brasília, em show no Festival Coma, neste domingo (6/8), no gramado da Funarte.

A apresentação irá contemplar os dois álbuns de Clarice e também algumas releituras. Do “voz e violão” ao estilo mais elétrico de “Problema Meu”. “Quando me sinto na zona de conforto, busco logo mudar. Já vivi isso em relação à música e, após tanto tempo nessa turnê, já estou pensando em como alterar a rota”, disse a artista.

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Ao lado de Clarice, nos dois dias de festival (5 e 6 de agosto), diversos artistas passam pelos quatro palcos do Festival CoMA: Lenine, Emicida, Rico Dalasam, Jaloo, Far from Alaska e Scalene são nomes confirmados no evento. Ao todo, estão programados 56 shows, além de conferências e debates sobre o universo musical.

Humor
Clarice Falcão é humorista, cantora e roteirista. Em suas composições, coloca piadas, comentários ácidos e críticas irônicas sobre comportamento e política. Uma prova disso é o clipe da faixa “Eu Escolhi Você” — “aquele das bucetas”, ela brinca. Com nudez explícita, o vídeo foi retirado do ar (atualmente, já voltou) e causou grande polêmica.

Se é um clipe com cenas de mulheres nuas, feito para o ‘cara’ bater punheta… ninguém reclama. Mas como no meu tinha homem pelado também e não era sexualizado, a sociedade patriarcal se ofende. Temos que perder o medo da nudez

Clarice Falcão

Esse lado político é, ao mesmo tempo, veneno e remédio na carreira de Clarice. Assumidamente progressista, a artista sempre se posicionou contra o machismo, a favor da legalização das drogas, pró-aborto e em apoio à liberdade sexual. Essa marca registrada, segundo ela, atrai e causa repulsa em proporção similar.

“Cara, metade das pessoas já odeia tudo que eu lanço por simplesmente eu ser de esquerda. Para mim, não tem essa da arte não ser política ou ficar em cima do muro”, analisa.

Novos planos
Clarice deixou a turma do Porta dos Fundos, ao lado do grupo de humor, ela ganhou projeção internacional. A saída foi motivada por um certo cansaço com o formato. “Estava ficando repetitiva”, explica.

O próximo passo é um stand-up na Netflix, chamado “Especial do Ano Todo”, uma sátira aos programas que se repetem a cada 12 meses na televisão brasileira. O programa traz 12 canções, uma para cada mês do ano. A atração, roteirizada pela própria Clarice, chega ao serviço de streaming em 4 de agosto.

CoMA – Convenção de Música e Arte
De 4 a 6 de agosto, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Clube do Choro, no gramado da Funarte e no Planetário. Ingressos (preços de meia-entrada): R$ 10 (1 dia, shows na Funarte), R$ 50 (1 dia, VIP), R$ 80 (2 dias) e R$ 125 (2 dias, credencial para as conferências).

As entradas de R$ 50 e R$ 80 garantem acesso aos shows da Funarte, Clube do Choro e Planetário. A credencial de R$ 125 dá acesso a todos os shows, além de palestras, oficinas e debates. À venda pelo site oficial. Não recomendado para menores de 16 anos

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