Três obras para conhecer na mostra “Arte Cibernética”
Exibição montada no Museu Nacional reúne trabalhos que permitem interatividade e participação dos visitantes
atualizado
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O visitante que passar pelo Museu Nacional da República nas próximas semanas perceberá uma ambientação diferente da habitual. Montada na nave principal, a mostra “Arte Cibernética – Coleção Itaú Cultural” reúne 10 obras que misturam realidade virtual, tecnologia e interatividade.
Os trabalhos envolvem o espectador em experiências distintas. Alguns trabalhos funcionam quase como um videogame, com controle ou câmera de captura. Outros entregam um contato sensorial, mais baseado na maneira como o visitante percebe suas intervenções na obra de arte.
Veja no vídeo um apanhado dos principais trabalhos organizados em “Arte Cibernética”:
“Text Rain” (1999), de Camille Utterback e Romy Achituv
A interação é das mais divertidas de toda a mostra. Basta se colocar diante de uma tela branca que os movimentos do corpo são imediatamente capturados por uma câmera. Letrinhas caem em formato cascata, como gotas de chuva.
Mas aqui é para se molhar, aparando os caracteres virtuais. Vão se formando, aos poucos, versos da poesia “Te, Converso” (“Talk, You”), de Evan Zimroth. O desafio é se esticar, correr e se agitar para segurar as letrinhas e ler o resultado do malabarismo.
“OP_ERA: Sonic Dimension” (2005), de Rejane Cantoni e Daniela Kutschat
O espectador se vê numa espécie de instrumento musical virtual: um híbrido de espaço físico e dados invisíveis. Sensores dispostos acima das três paredes de material sintético são continuados por cordas digitais.
Ao deslizar dos dedos, elas vibram e emitem timbres graves e agudos. Um microfone complementa a “banda”: as cordas também são movimentadas por comando de voz. Do lado de fora, nota-se um interessante jogo de gestos, luzes e sombras.
“Fala” (2011), de Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti
Hoje tornou-se comum utilizar comandos de voz para ativar recursos de celular. Na obra, a ordem humana é um mero gatilho. Celulares erguidos por pedestais “ouvem” a palavra dita pelo espectador e começam a conversar entre si, trocando sons e vocábulos em várias línguas.
A seguir, os aparelhos parecem viver em sua própria Babilônia virtual, num papo que pode soar completamente abstrato aos ouvidos.
Arte Cibernética
Até 4 de novembro, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República. Visitação de terça a domingo, das 9h às 18h30. Entrada franca.