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Criaturas geneticamente modificadas vão ocupar o CCBB em janeiro

A partir do dia 23, brasilienses poderão ver a exposição “ComCiência”, com obras da australiana Patricia Piccinini inspiradas na biotecnologia e na engenharia genética

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A partir de 21 de janeiro, os brasilienses terão chance de ver uma exposição incomum no Centro Cultural Banco do Brasil. Esculturas que misturam o realismo e o fantástico, com inspiração em pesquisas de biotecnologia e engenharia genética, compõem “ComCiência”, primeira mostra da artista australiana Patricia Piccinini no Brasil..

As obras, que circulam entre o hiper e o surrealismo, têm características humanas, escala de tamanho real e questionam os efeitos da ciência, além dos limites morais e éticos do homem no mundo contemporâneo. Realidade e fantasia ajudam a artista a refletir também sobre o conceito de beleza e normalidade.

Em “O Visitante Bem-Vindo” (foto abaixo), uma criatura estranha, com traços de primata, está diante de uma menina, em cima da cama. Ela sorri encantada, sem nenhum medo ou estranhamento. Para uma criança, a percepção do que é considerado belo pode ser muito abrangente, incluindo o ser mutante que está diante dela. “Trata-se de uma obra sobre a aceitação”, diz o curador Marcello Dantas.

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Na cabeceira da mesma cama, está um pavão, que, segundo a artista, tem a beleza como vantagem seletiva. Piccinini escreve: “Minhas criaturas, apesar de estranhas e por vezes inquietantes, não são assustadoras. Em vez disso, é a sua vulnerabilidade que muitas vezes vem à tona. Elas pedem que olhemos além de sua estranheza, nos convidando a aceitá-las”.

Em outro momento da mostra, uma criança sustenta seu corpo com apenas um dos braços, é um garoto aparentemente forte. Mais de perto, o menino não parece completamente humano, seus dedos dos pés são grudados, como uma nadadeira, e seu rosto lembra uma foca.

Piccinini traz ao público a questão das mutações em laboratório, questionando se seriam seres superiores ou ainda super-heróis, uma resposta que ainda não temos.

As mutações genéticas, que permeiam o trabalho da artista, podem ser vistas ainda nas obras chamadas “Metaflora”, em que flores são compostas de pele semelhante à humana, cabelo, línguas e garras, refletindo sobre o cultivo de alimentos geneticamente modificados. Há também uma flor gigante que põe ovos, demonstrando uma junção de características animais e vegetais, com textura de pele humana.

“ComCiência” ficará em cartaz até 4 de abril, ocupando as Galerias I e II, o Vão Central e o Pavilhão de Vidro, com entrada franca e classificação indicativa livre.

Com informações da Agência Brasil

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