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Chilena Patricia Claro homenageia a água em mostra no Museu Nacional

Artista manipula reflexos de água por meio de múltiplas linguagens, como fotografia, pintura e videoinstalação. Exibição abre nesta quarta (23/3) e segue até 24 de abril

atualizado

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Patrícia Claro/Divulgação
Aguagramas II, obra da chilena Patricia Claro, no Museu Nacional
1 de 1 Aguagramas II, obra da chilena Patricia Claro, no Museu Nacional - Foto: Patrícia Claro/Divulgação

Nesta terça (22/3), data em que se comemora o Dia Mundial da Água, chega à cidade uma exposição que lida com o líquido de maneiras abstratas e experimentais. Na mostra “Formas d’Água – Integração por Dispersão”, a chilena Patricia Claro parte de reflexos na água para criar fotografias, gravuras, pinturas e videoinstalações. A mostra abre nesta terça (22/3), às 19h30, no Museu Nacional, e entra em cartaz na quarta (23/3).

Veja uma galeria com obras da exposição:

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Da fotografia à imagem abstrata
Os procedimentos de Patricia trabalham mais com os reflexos da água e as diversas condições que influenciam na luminosidade, como atmosfera e estação do ano, do que o líquido em si. “Primeiro, você acredita que é uma fotografia, quando na verdade é uma pintura. E, depois, percebe que aquela paisagem retratada não existe”, resume o paulista Rafael Raddi, curador da mostra.

Desde cedo, Patricia teve ligação com a pintura. Ela transfere esse interesse pictórico para o início de seu processo, ao fotografar os reflexos de luz na água. “A fotografia proporciona o milésimo de segundo no momento da captação”, explica. As variações da luz ressurgem como camadas de tinta na pintura e ganham efeito multimídia quando a artista elabora videoinstalações, narradas com apoio da trilha sonora do conterrâneo compositor de trilhas sonoras Max Zegers.

Todos os componentes sujeitos à reflexão interessam à obra da artista. “Ela busca a refração da luz nas fontes de água e ecossistemas aquíferos. Outro interesse é sobre como esse fenômeno se comunica com as sombras das árvores, das pedras, da madeira embaixo d’água, dos igarapés”, descreve Raddi.

Veja vídeo sobre o processo artístico de Patricia Claro:

Montagem mutante
Na primeira passagem pelo Brasil, Patricia começa por Brasília e depois segue para Campinas (SP), Campo Grande (MS), Belém (PA). Em 2017, encerra o circuito ao visitar Rio de Janeiro (RJ), Campina Grande (PB), Florianópolis (SC) e Foz de Iguaçu (PR). A exposição assume diversas formas a cada nova montagem.

Em cada praça, a curadoria perpassa diferentes processos criativos. Patricia fará residência nos locais de exibição, compondo trabalhos específicos que dialogam com diferentes percepções sobre a água. Raddi explica o subtema de Brasília, “Integração por Dispersão”, que revisita as origens da capital por meio da Missão Cruls e dos paralelos de Dom Bosco, padroeiro da capital.

“Há também o Parque Ecológico das Águas Emendadas e a conexão entre as bacias do Amazonas, São Francisco e Paraná. E o fato de Brasília integrar várias correntes culturais”, analisa o curador. “A capital foi criada para integrar os país, mas a água ao mesmo tempo se dispersa. Ela integra dispersando”, continua.

De 23/3 a 24/3. Terça a domingo, das 9h às 18h30. No Museu Nacional Honestino Guimarães (Esplanada dos Ministérios, Conjunto Cultural da República, 3324-0559). Entrada franca. Classificação indicativa livre.

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