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“Demos asas à imaginação”, diz Paulo Morelli, diretor de “Malasartes”

Aos 60 anos, cineasta paulistano assina longa com maior número de efeitos visuais criados digitalmente na história do cinema brasileiro

atualizado

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Paris Filmes/Divulgação
malasartes paulo morelli
1 de 1 malasartes paulo morelli - Foto: Paris Filmes/Divulgação

“Malasartes e o Duelo com a Morte” marca uma incursão ambiciosa do cinema brasileiro no campo dos efeitos visuais gerados digitalmente. Baseado no folclórico personagem ibero-americano, o filme ficou dois anos em pós-produção e envolveu mais de 100 profissionais na criação de uma fábula que envolve bruxas, personagens voadores e um mar de velas.

Pedro Malasartes (Jesuíta Barbosa), o caipira protagonista da narrativa, é acostumado a trapacear. Mas, desta vez, ele precisará tapear a Morte (Júlio Andrade). Um tanto vampiresca, a entidade se refugia num plano espiritual ocupado por milhões de velas – que representam as vidas humanas.

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Aos 60 anos, o diretor Paulo Morelli encontrou nos recursos digitais a maneira de “contar a história de um personagem tão brasileiro”. “Foi um desafio mostrar que também é possível fazer cinema dessa natureza no Brasil. Demos asas à imaginação”, conta o paulistano.

Efeitos digitais: R$ 4,5 milhões investidos só na pós-produção
Sócio da produtora O2 Filmes com Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) e Andrea Barata Ribeiro, Morelli nutriu a ideia de adaptar “Malasartes” por mais de 30 anos. Após uma longa passagem pela publicidade, ele estreou no cinema nos anos 1990 e assinou filmes como “Cidade dos Homens” (2007) e “Entre Nós” (2014), projeto dividido com o filho, Pedro (“Zoom”).

“Malasartes” custou R$ 9,5 milhões para sair do papel, sendo que quase metade, R$ 4,5 milhões, foram concentrados no árduo processo de pós-produção. Tanto que mais de 600 planos do filme – praticamente 50% do longa – revelam algum tipo de efeito visual elaborado digitalmente.

A finalização durou até o fim de julho deste ano, poucos dias antes da estreia em circuito, em 10 de agosto. “Ficou pronto em 30 de julho, 48 horas antes da pré-estreia. Trabalhamos até a última hora possível. Três dias antes do deadline, mais de 100 cenas foram reelaboradas ou aprimoradas em algum momento. Um ajuste aqui, uma fumacinha ali”, detalha o autor.

Morelli sequer cogitou filmar ou lançar com câmeras 3D – “ficaria tudo mais caro, mais lento e eu queria imprimir um ritmo veloz à filmagem” – já pensando no tempo que seria consumido pelo trabalho da pós-produção.

Malasartes contra o cinismo brasileiro
Morelli acredita que sua produção assimila a referência de “As Aventuras de Pedro Malasartes” (1960), clássico dirigido e estrelado por Mazzaropi, macunmas tenta seguir caminho próprio.

“Esse personagem aparece em outros lugares da nossa cultura. O João Grilo de ‘O Auto da Compadecida’, o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, o ‘Macunaíma’ de Mário de Andrade”, enumera o diretor, que vê na performance de Barbosa um personagem mais romântico e puro.

“Era exatamente o que eu queria. Quis pegar um personagem enganador, esperto, mas que não é um canalha. Ele se contrapõe ao cinismo que sinto no Brasil de maneira geral. Nos governantes, nem se fala. Essa natureza de alma, de boa ação, faz parte de um DNA que precisamos resgatar”, acredita Morelli.

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