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Crítica: “Festa da Salsicha” leva humor adulto para a animação

Comédia criada por Seth Rogen e Evan Goldberg, dupla de “Superbad”, narra uma guerra entre humanos e produtos de supermercado

atualizado

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Sony/Divulgação
Festa da Salsicha, filme
1 de 1 Festa da Salsicha, filme - Foto: Sony/Divulgação

“Festa da Salsicha”, uma rara animação para maiores a chegar ao circuito, é exatamente o que se espera quando a turma por trás das comédias “Superbad” (2007) e “É o Fim” (2013) decide explorar as possibilidades do desenho. No Brasil, a dublagem é assinada pelo coletivo Porta dos Fundos.

Com traços toscos de propósito, piadas de duplo sentido e ultraviolência, Seth Rogen e Evan Goldberg se associaram aos diretores de animação Greg Tiernan e Conrad Vernon para narrar uma distopia de humanos e produtos de supermercado.

Os compradores são vistos como deuses pelos itens de consumo. Frutas, cereais, condimentos e outros alimentos nunca viram o mundo lá fora. Mesmo assim, creem num paraíso de paz e prazer. Até por isso, quem nasceu numa embalagem prefere ficar por ali mesmo, esperando ser escolhido.

Boas piadas, história cansativa
A salsicha Frank (Seth Rogen) sonha em ser comprada junto com a bisnaga Brenda (Kristen Wiig). Eles estão apaixonados, mas aderiram à filosofia “eu escolhi esperar”, já que o gozo celestial os aguarda. Quando um pote de mostarda e mel é devolvido e retorna com histórias escabrosas da vida lá fora, Frank é desafiado a descobrir um novo sentido na vida. Sem sair do mercado.

“Festa da Salsicha” parece uma versão animada de “É o Fim”, em que um apocalipse acontece durante uma festa. Sobram tiradas hilárias e espertas sátiras sociais, como a presença de um bagel e um pão sírio representando a rivalidade histórica entre judeus e árabes.

As variadas alas de um mercado surgem em microcosmos hilários, como os ilegais produtos mexicanos e o setor de bebidas (sempre em festa). Apesar de ter corredor livre para sequências violentas e piadinhas ambíguas sobre sexo e drogas, o filme é bem menos anárquico do que parece.

Cansativas cenas de perseguição e a presença de uma figura vilanesca – uma ducha vingativa – enquadram “Festa da Salsicha” na estrutura calculada e previsível das animações tradicionais. A narrativa peca pela caretice, mas pelo menos a comédia para maiores traz algum frescor para a indústria da animação.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Festa da Salsicha”.

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