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Banimento de estrangeiros de Trump pode sufocar artes nos EUA

O diretor do Museu Metropolitano de Arte de Nova York acredita que as restrições vão atrapalhar mostras e pesquisas do instituto

atualizado

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Metropolitan Museum/Divulgação
Metropolitan Museum EUA
1 de 1 Metropolitan Museum EUA - Foto: Metropolitan Museum/Divulgação

A medida que proíbe a entrada de pessoas que vivem em países islâmicos, anunciada por Donald Trump na semana passada, provocou uma onda de pânico em vários setores artísticos dos Estados Unidos. A primeira reação ocorreu nos bastidores da cerimônia do Oscar, por conta da impossibilidade de o diretor iraniano Ashgar Farhadi, candidato à estatueta de “melhor filme estrangeiro” por “O Apartamento”, poder entrar no país.

Uma reportagem do New York Times mostrou que os efeitos negativos da medida de Trump podem trazer efeitos ainda mais graves ao país no que se diz respeito às artes. Thomas Campbell, diretor do Museu Metropolitano de Arte de Nova York (Met), afirmou estar preocupado com as pesquisas relacionadas ao Oriente Médio que são organizadas pela instituição.

O diretor da instituição informou que a medida de Trump poderia cancelar exposições, pesquisas arqueológicas e escavações promovidas pelo museu. “Intercâmbios acadêmicos e colaborações internacionais são essenciais para o nosso trabalho em curso, estamos muito preocupados com a ameaça a diversos dos programas que temos em vigor”, completou.

Kim Benzel, uma das curadoras do Met, comentou que a instituição tem projetos de pesquisa e escavação arqueológica no Iraque e no Irã – sendo a principal delas em Nishapur, cidade iraniana que serviu de importante ponto da Rota da Seda e é cidade natal de grandes nomes do Oriente Médio, como o místico sufi As-Sulami, o filósofo Omar Khayyam e o poeta Farid ud-Din Attar. “É ainda irônico lembrar que o habeas corpus foi pensada no Código Hamurábi, antigo monumento iraquiano sobre a justiça”, refletiu.

Teatro
O teatro também sofrerá com as medidas de Trump. Philip Himberg, diretor artístico do programa de teatro do Instituto Sundance, alertou que as restrições podem impedir a troca de experiência com atores e diretores do Oriente Médio e do Norte da África. Desde 2012, ao menos 60 profissionais de fala árabe participaram de oficinas nos EUA, na Alemanha e no Marrocos. “Isso parte meu coração”, opinou Himberg.

A decisão de Trump também se tornou um problema para a produção de “Hamlet” do grupo de teatro Waterwell, sediado em Nova York. Um dos atores da peça, Mohammed Aghebatian é cidadão iraniano que se encontra fora dos EUA atualmente. Apesar de ter estudado na Universidade de Yale, uma das mais importantes do país, ele não sabe se terá autorização para voltar à Nova York.

De forma geral, a medida de Trump proíbe a entrada de cidadãos de sete países com maioria populacional muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) por 90 dias. Além disso, o impedimento se estende, por 120 dias, a qualquer refugiado. No caso dos Sírios, a situação é ainda mais grave: não há prazo definido para refugiados deste país serem admitidos nos EUA.

 

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