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Três meses após sequestro de bebê, câmeras do Hran ainda não funcionam

Hospital mudou esquema de segurança, mas não há monitoramento eletrônico. Sequestradora será julgada na quarta-feira (6/9)

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Hran
1 de 1 Hran - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Quase três meses após o sequestro do bebê Jhony dos Santos Júnior no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), as 20 câmeras de segurança da unidade continuam desativadas. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) admite que não há sequer previsão para instalar os equipamentos comprados em 2012 ou colocar em operação os já distribuídos pela unidade.

Dessa forma, pacientes, parentes e servidores ficam sem um recurso considerado básico em qualquer complexo onde haja grande movimentação de pessoas. Gesianna, que responde ao processo em liberdade, terá o caso analisado pela 8ª Vara Criminal nesta quarta-feira (6/9).

Sem o monitoramento eletrônico, a Secretaria de Saúde adotou medidas para tentar aprimorar a segurança do Hran. A pasta informa que houve realocação de vigilantes, mudanças no fluxo de entrada e saída de pacientes, reforço de policiais, readequação de portarias, com instalação de portões de controle, e a identificação de visitantes.

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Enquanto isso, Sara Maria da Silva e Jhony dos Santos, pais do bebê sequestrado em 6 de junho, tentam reconstruir a vida na Chácara Santa Luzia, na Estrutural. Nos próximos dias, contudo, o caso voltará à tona, pois a sequestradora da criança, Gesianna de Oliveira Alencar, será julgada.

Ela responde pelo artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente, sobre sequestro de menores de idade. A pena é de prisão, de 2 a 6 anos, além de multa. Nos meses que antecederam o crime, Gesianna fingiu gravidez à família e, logo após levar o bebê, mandou mensagem ao marido informando que tinha dado à luz. Procurada pela reportagem, a mulher não quis se pronunciar.

Veja a conversa entre Gesianna e o marido sobre o falso parto do bebê

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Sequestro sob tutela do Estado
O sequestro do bebê no Hran poderia ter sido evitado caso o sistema de vigilância eletrônica funcionasse. Mas as 20 câmeras instaladas no edifício nunca entraram em funcionamento. Uma análise do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) verificou que o hospital sequer tem estrutura adequada para o monitoramento por meio de gravações.

Na compra prevista pela Secretaria de Saúde para todas as unidades do DF, em 2012, constavam 900 câmeras, 15 storages e quatro geradores. Todo o sistema, porém, foi precariamente montado ou gerido, conforme apurou o TCDF.

O sistema de switch — equipamento que interliga as câmeras aos servidores e às estações de monitoramento — não estava sequer previsto na relação dos itens a serem adquiridos. Sem ele, não é possível a gestão dos equipamentos.

Atualmente, há dois processos no TCDF em andamento sobre o caso. Um trata de indícios de pagamentos irregulares na contratação da empresa de sistema de vigilância eletrônica. O outro avalia a regularidade e a legitimidade das aquisições de bens móveis da secretaria. Em 31 de julho, a Secretaria de Saúde pediu prorrogação de prazo para resposta à Corte.

O crime
Johny dos Santos Junior tinha apenas 13 dias de vida quando foi levado do segundo andar do Hran enquanto a mãe participava de uma atividade com outras pacientes da maternidade. O desaparecimento da criança foi notado por enfermeiras da unidade. Logo depois, testemunhas informaram à polícia que a sequestradora era uma mulher loira de vestido florido.

Policiais da Divisão de Repressão a Sequestros foram rápidos e seguiram pistas que levaram à identidade de Gesianna.

Eles procuraram a suspeita em dois endereços, no DF e em Unaí (MG). Gesianna foi presa em casa, na QE 38 do Guará II. Ela estava com o menino nos braços quando a polícia bateu à porta dela.

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