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No DF, população usa mais carro do que ônibus para ir ao trabalho

Pesquisa da Codeplan mostra que 41% preferem o transporte individual em detrimento do coletivo

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 abre1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Quatro em cada 10 brasilienses usam o carro para chegar ao trabalho. É o que revela a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) feita pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). No universo pesquisado, 38% optam pelo transporte coletivo. O restante, ou trabalha perto de casa e pode ir a pé (10%) ou prefere metrô, bicicleta e motocicleta (11%).

Segundo especialistas, o fato de 41% da população utilizarem o veículo próprio no trajeto entre a casa e o trabalho mostra que o transporte coletivo ainda é colocado em segundo plano na capital do país. Para o doutor em engenharia de transportes e professor da Universidade de Brasília (UnB) Pastor Willy Gonzales Taco, a cidade não é pensada para o coletivo e “fica cada dia mais egoísta, individualista e caótica”.

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O reflexo dessa individualidade pode ser visto nas ruas, sempre entupidas de carros especialmente nos horários de pico. Segundo dados do Departamento de Trânsito (Detran), a frota de veículos em circulação no DF é de 1,6 milhão, ou um automóvel para cada dois habitantes.

“A pessoa prefere entrar no veículo mesmo sabendo que vai ficar parada no congestionamento do que enfrentar as dificuldades apresentadas pelo transporte público”, diz Pastor Willy. A comodidade é colocada, portanto, em primeiro plano. “E isso não vai melhorar tão cedo. Mudanças nessa área necessitam de tempo e investimento. São mais do que financeiras. São culturais”, completa o especialista.

Sofre quem ganha menos
Os dados da pesquisa apontam que nas cidades com população de renda mais baixa, como Paranoá, Varjão, Itapoã, Recanto das Emas e Santa Maria, entre 56% e 65% usam o ônibus para percorrer grandes distâncias até chegar ao trabalho. Do total entrevistado, 35% precisam se deslocar até o Plano Piloto para enfrentar a labuta diária.

Na outra ponta, 89% da população empregada do Plano Piloto trabalham na mesma região e, apesar disso, 78% sempre vão para o trabalho de carro. É o caso do comunicador Felipe Chaves, 26 anos. Ele mora no fim da Asa Norte e trabalha próximo à Rodoviária do Plano Piloto. A distância não passa de seis quilômetros, mesmo assim, Felipe tira o carro da garagem todos os dias para chegar ao serviço.

“Eu sempre fico pensando que se tivesse metrô na Asa Norte eu gastaria poucos minutos para chegar ao trabalho. Não teria que pensar em estacionamento ou ter gastos desnecessários com a manutenção do veículo”, disse. Ele acrescenta que a ciclovia na W3 também o faria mudar o hábito.

No DF, o número de passageiros que usam metrô ou ônibus caiu 15%. A média diária passou de 1 milhão em 2016 para 850 mil neste ano, segundo pesquisa da Associação das Empresas Brasilienses de Transporte Urbano de Passageiro (Abratup). Os motivos são a má qualidade dos serviços e a crise econômica.

Para o presidente da Codeplan, Lúcio Rennó, é preciso colocar mais ônibus nas linhas principais do Plano Piloto, bem como divulgar horários exatos em que coletivos passam em cada parada para incentivar a procura.

É difícil abrir mão do conforto do carro e, enquanto isso não acontece, cabe ao Poder Público tomar medidas duras que vão na contramão dos veículos individuais, como cobrar por estacionamentos e até mesmo multar aqueles que param em locais irregulares

Lúcio Rennó, presidente da Codeplan

Em nota, a Secretaria de Mobilidade disse que está implementando diversas ações para facilitar o deslocamento dos brasilienses. Entre elas, destacou o programa Circula Brasília, que já entregou 16 terminais rodoviários novos e reformados à população.

Além disso, informou que mais dois serão entregues, somando 18 terminais. “Em atenção à demanda dos ciclistas, o governo lançou no dia 9 de agosto o + Bike”, completou a pasta.

 

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