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Greve à vista. Rodoviários cobram aumento e empresários dizem “não”

Categoria pede reajuste salarial, mas empresas dizem não ter condições de pagar. Possibilidade de paralisação será discutida em assembleias

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Rodoviária do Plano Piloto – Brasília, DF – 10/07/2015
1 de 1 Rodoviária do Plano Piloto – Brasília, DF – 10/07/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Mais uma vez, os usuários do transporte público no Distrito Federal devem enfrentar um ano difícil. Após diversas paralisações e o aumento das passagens anunciado no apagar de 2016, rodoviários e sócios das empresas responsáveis pela malha viária da capital se preparam para um novo embate que pode levar à paralisação dos serviços. Desta vez, o problema são os reajustes pedidos pela categoria, que os empresários alegam não ter condições de pagar.

Na segunda-feira (15/5), durante a primeira reunião de 2017 para discutir o tema, os rodoviários apresentaram uma proposta de acordo coletivo aos empregadores. De acordo com os funcionários, as principais pautas são reajuste salarial de 10% e de 20% no tíquete-alimentação, além de passe livre no metrô.

Segundo os empresários, no entanto, os termos são impraticáveis. “É inviável. Somando todas as reivindicações deles, o reajuste é de 46%. Em números, isso significa um aumento de R$ 15 milhões por mês nas nossas contas. Não há nem como fazer uma contraproposta”, afirma o presidente da Associação das Empresas Brasilienses de Transporte Urbano de Passageiro (Abratup), Barbosa Neto.

O empresário afirma também que, além do grande aumento nos custos, os atrasos no pagamento por parte do GDF dificultam ainda mais a situação. “No ano passado, por exemplo, o governo deu anuência para que assinássemos o acordo coletivo com os funcionários, mas não pagou”, explica.

De acordo com Barbosa Neto, a dívida do Executivo com as empresas de ônibus se arrasta desde 2014 e só tem aumentado. “Em dezembro de 2014, estava em R$ 50 milhões; em 2015, terminou com R$ 170 milhões. Agora está em R$ 200 milhões”, afirma.

GDF contesta
Os números, no entanto, são refutados pelo GDF. De acordo com a Secretaria de Mobilidade, o governo tem cumprido o cronograma de pagamento acertado com as empresas no ano passado. Afirma ainda que está providenciando, para este ano, o pagamento da dívida de R$ 88 milhões referente a 2015 e que as despesas correntes do mês estão sendo pagas diariamente (vale transporte e cartão cidadão) e mensalmente.

Os rodoviários, por sua vez, afirmam que a proposta é justa.

“Não tem como abaixar nada ali. Apresentamos nossa pauta e vamos esperar a contraproposta. Se não tivermos uma resposta, vai ter greve mesmo.”

Jorge Farias, presidente do Sindicato dos Rodoviários do DF

De acordo com o sindicalista, as empresas ainda não avisaram a categoria sobre a impossibilidade dos reajustes. “Por enquanto eles disseram que ainda estão abertos à negociação e que temos este mês todo para chegar a uma solução. Se os empresários falarem que não vão conceder o reajuste, vamos começar a fazer nossas ações”, diz o presidente.

Ministério Público do Trabalho
Nesta terça-feira (16/5), donos de empresas e rodoviários realizam uma nova reunião para tentar avançar as negociações, desta vez no Ministério Público do Trabalho. Em 2016, uma greve da categoria foi evitada no dia em que deveria começar. Ainda assim, por duas semanas em julho, motoristas e cobradores rodaram com apenas 60% da frota, até que aceitaram uma proposta de reajuste salarial de 10%. A reivindicação da categoria previa aumento de 19,8%.

Em 2014, a situação foi parecida e, às vésperas de uma greve, os rodoviários conseguiram reajuste de 20%, um dos maiores entre os concedidos em todo o Brasil naquele ano. Já em 2015, a greve chegou a ocorrer e durou três dias, até que ambas as partes chegaram a um acordo e a categoria teve aumento salarial de 10%.

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