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Tragédia na L4 Sul: carro que matou mãe e filho estava a 110km/h

Laudo feito pelo Instituto de Criminalística e obtido pelo Metrópoles mostra que Jetta dirigido por Eraldo Pereira estava em alta velocidade

atualizado

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Divulgação/CBMDF
acidente L 4 Sul
1 de 1 acidente L 4 Sul - Foto: Divulgação/CBMDF

O Jetta que provocou a tragédia na L4 Sul, em que mãe e filho perderam a vida após um violento acidente na noite de 30 de abril deste ano, estava a 110 km/h no momento da colisão, de acordo com  laudo do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil, ao qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade. O carro dirigido pelo advogado Eraldo Pereira atingiu o veículo em que estavam Ricardo Clemente Cayres, 46 anos, e sua mãe, Cleuza Maria Cayres, 69, matando-os na hora.

A informação contradiz o depoimento de Eraldo. À polícia, o motorista do Jetta negou ter ingerido bebida alcoólica, estar em alta velocidade e, principalmente, disputar um racha com qualquer outro veículo envolvido na tragédia. Relatou que perdeu o controle ao mudar de faixa na L4 Sul. Disse não ter percebido quando o veículo do lado freou, e acabou “dando um toque” na traseira do carro, o Fiesta.

O laudo também apontou a velocidade em que o carro da família estava — 60km/h –, abaixo dos 80km/h, velocidade permitida na via. A suspeita é de que dois carros participavam de um racha e provocaram a colisão. O laudo já foi entregue à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). O delegado João Ataliba, que cuida do caso, espera relatar o inquérito nas próximas duas semanas. O documento tem um peso importante para mensurar o dolo eventual – quando o autor assume o risco.

Reprodução
De acordo com informações apuradas pela reportagem, o laudo não conseguiu definir a dinâmica exata do acidente, já que um dos veículos deixou a cena do crime antes da chegada dos peritos. O carro que saiu do local era uma Range Rover Evoque, conduzida pelo sargento do Corpo de Bombeiros Noé Albuquerque Oliveira.

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“Foram tantas mentiras desde o início, mas cada uma foi caindo diante das testemunhas e, agora, do laudo da perícia. Para mim, tão grave quanto a batida em si foi o comportamento dos envolvidos depois, inventando história, mentindo”, desabafou Fabrícia Gouveia, viúva de Ricardo, ao saber do conteúdo do laudo.

Ela lembrou que Eraldo não estava fazendo o racha sozinho: “Os outros motoristas também têm responsabilidades. A sociedade não pode acreditar que não vai dar nada.”

O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Eraldo, motorista do Jetta, que não se pronunciou até a publicação desta matéria. A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos demais envolvidos.

A tragédia
O acidente ocorreu por volta das 19h30 do dia 30 de abril. Testemunhas afirmam que o Evoque de Noé e o Jetta de Eraldo estavam emparelhados, em alta velocidade, na via.

Em depoimento à polícia, Eraldo disse que teria perdido o controle do Jetta e atingido o Fiesta, onde estavam quatro pessoas da mesma família. A força foi tanta que o carro das vítimas capotou. A traseira do veículo ficou completamente destruída. Era ali, no banco de trás, devidamente presos ao cinto de segurança, que estavam Ricardo e sua mãe, Cleuza. Para eles, não houve tempo de socorro, morreram após o impacto.

Eraldo e Noé saíam de uma festa às margens do Lago Paranoá quando se envolveram no acidente. Assumiram ter bebido “uma latinha de cerveja”. Eles, porém, se recusaram a fazer o teste do bafômetro.

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