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Terracap habilita empresa em que novo diretor da estatal trabalhava

O diretor de Prospecção e Negócios da estatal, Mário Lima, foi funcionário da Ernst & Young até abril deste ano, semanas antes de assumir o cargo no GDF. Logo após ser nomeado, o conselho da Terracap habilitou a multinacional para elaborar o estudo de gestão do Complexo Esportivo de Brasília, que inclui o Mané Garrincha

atualizado

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Mario Lima
1 de 1 Mario Lima - Foto: Facebook/Reprodução

O edital para empresas privadas apresentarem um novo modelo de gestão do Complexo Esportivo de Brasília — que inclui o Estádio Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho — está sob suspeita. Indicado para o cargo em 5 de maio, o atual diretor de Prospecção e Formatação de Novos Negócios da Agência de Desenvolvimento de Brasília (Terracap), Mário Henrique Siqueira Silva e Lima, fazia parte da diretoria da Ernst & Young até abril deste ano. Em 8 de junho, a multinacional foi habilitada para participar do processo, o que chamou a atenção das concorrentes preteridas.

Em março, o Governo do Distrito Federal abriu edital-convite para a apresentação de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e convocou empresas privadas a manifestarem interesse pela gestão do complexo esportivo no centro de Brasília. Atualmente, esses equipamentos públicos são geridos pelo GDF e, na opinião de técnicos do próprio Executivo, as estruturas estão subutilizadas e enfrentam problemas com a manutenção. Por essa razão, o Buriti quer passar o controle desses locais à iniciativa privada.

DODF

Cinco empresas se candidataram a elaborar o projeto, sendo que a Ernst & Young decidiu participar do processo no último dia de inscrições, 8 de junho. E a Ernst & Young foi justamente uma das duas habilitadas pelo Conselho Técnico da Terracap. A outra foi a RNGD Consultoria de Negócios. A escolha da Ernst & Young levantou suspeita entre as empresas participantes, pela ligação entre Mário Lima e o antigo empregador.

 

DODF com a habilitação da
Termo publicado na edição de 20 de junho do Diário Oficial do DF

 

“Desde que a Ernst e Young entrou na disputa, outras propostas que chegaram antes dela pararam de ser avaliadas. O novo diretor de Prospecção assumiu o cargo em maio, depois de ter acabado de sair da empresa, e logo depois ela foi habilitada. Existe algo, no mínimo, estranho”, disse o representante de uma das empresas que participaram do edital — ele pediu para não ser identificado.

O denunciante contou ainda que, há alguns meses, Mário Lima teria intermediado uma reunião entre a empresa GL, da China, com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para tratar da administração de complexos, mas não soube precisar qual deles.

Mario Lima Linkedin

Outro lado
Por meio de assessoria, a Terracap negou que haja interferência do diretor Mário Lima na questão. A estatal ressaltou ainda que o processo é público e foi divulgado por meio do Diário Oficial do Distrito Federal. Ainda de acordo com a agência, “a GL não teria interesse no Complexo Esportivo, mas no gerenciamento do Centro de Convenções”.

Segundo a Terracap, das cinco empresas que se candidataram na Proposta de Manifestação de Interesse, apenas duas apresentaram os requisitos necessários. O prazo para a apresentação dos projetos é de 120 dias, porém, a resposta sobre a escolhida não tem data para ser anunciada. “A execução da proposta ainda passará por licitação para definir qual empresa executará o projeto”, informou.

A Ernst & Young foi procurada pelo Metrópoles, mas, até a última atualização desta reportagem, não havia respondido aos questionamentos.

PMIs
O processo de abertura de edital para PMIs é baseado em lei federal, que prevê que as empresas apresentem propostas de gerenciamento de aparelhos públicos. A melhor proposta de viabilidade administrativo-financeira acaba sendo a escolhida, e os custos com a consultoria são pagos pela empresa que ganhar a licitação para a execução do estudo.

No caso do Complexo Esportivo, os estudos foram divididos em três fases: viabilidade técnica; viabilidade econômico-financeira e jurídico-institucional, e relatório do projeto de negócio. A última etapa é um consolidado de todos os estudos e inclui um teste de recuperabilidade do Mané Garrincha.

De acordo com o GDF, o custo de manutenção do estádio chega a R$ 700 mil por mês para cobrir despesas com energia, limpeza, reposição de peças e reparos na estrutura. Isso significa um gasto de R$ 8,4 milhões por ano. Em 2015, a arrecadação com taxas de eventos realizados no estádio não chegou a R$ 2 milhões.

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