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GDF: dias parados só serão pagos a professores após reposição de aulas

O chefe da Casa Civil do DF, Sérgio Sampaio, afirmou que este ano governo vai “inverter a ordem”, caso haja negociação, e pagar depois

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
sérgio sampaio
1 de 1 sérgio sampaio - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal só vai pagar os dias não trabalhados pelos professores em greve depois que as aulas forem repostas, em caso de negociação. A afirmação é do chefe da Casa Civil do DF, Sérgio Sampaio. Ele disse nesta quinta-feira (30/3) que, este ano, o GDF vai “inverter a ordem”. Em anos anteriores, os salários foram pagos sem descontar os dias parados, mesmo antes de a reposição ser finalizada.

Os docentes estão em greve desde o dia 15 de março. Na segunda-feira (27), a Justiça decretou a paralisação ilegal e o GDF anunciou o corte de ponto dos grevistas. Segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), 70% dos 28 mil servidores aderiram ao movimento. O sindicato vai recorrer da decisão judicial, que estabeleceu multa de R$ 100 mil para cada dia de paralisação.

A categoria cobra o pagamento da última parcela do reajuste salarial concedido ainda em 2013, além de melhores condições de trabalho e aumento de 18% nos vencimentos. Sampaio afirmou que o GDF não tem como atender às reivindicações dos professores. “O Estado vai falir, vai parar, caso aceite pagar tudo que os servidores querem”, disse. Segundo ele, seria necessário desembolsar mais de R$ 1,5 bilhão.

Ele lembrou ainda que, apesar do aumento da arrecadação, existe um rombo de R$ 800 milhões de anos anteriores que precisa ser pago. “As despesas não param de crescer”, argumentou.

Nesta quarta (29), após assembleia, os professores decidiram manter a greve e tentaram invadir o Palácio do Buriti. Os professores fecharam o Eixo Monumental por cerca de sete horas, dando um nó no trânsito da área central da capital da República. A via só foi liberada depois que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) agendou uma reunião com a comissão de negociação para as 14h desta quinta-feira.

Veja as imagens desta quarta-feira:

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Professores rebatem
Para Samuel Fernandes, diretor do Sinpro, as declarações de Sampaio acirraram ainda mais os ânimos da categoria para a reunião com o governador. “Isso não existe. A reposição é feita de forma integral. É um compromisso dos professores”, garantiu.

O sindicalista afirmou ainda que o calendário de reposição é discutido com a comunidade escolar e chancelado pela Secretaria de Educação. “Então, ele está dizendo que o secretário de Educação não acompanha, não controla?”, questiona.

Recomendação do MP
Também nesta quinta, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou que a Secretaria de Educação corte o pagamento dos dias parados dos servidores que aderiram à greve iniciada no último dia 15. Também recomendou que seja garantido aos professores não grevistas o direito de trabalhar.

A Ouvidoria do órgão recebeu denúncias de que professores não grevistas estariam sendo impedidos de trabalhar pelos colegas que aderiram ao movimento. Alunos também estariam sendo dispensados indevidamente para não assistir as aulas dos professores que querem trabalhar.

De acordo com a recomendação, “o direito à greve não pode se sobrepor ao direito educacional de milhares de estudantes da rede pública do Distrito Federal, causando prejuízos irreversíveis”. A paralisação também tem prejudicado os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Segundo os promotores de Justiça, a ociosidade pode causar rebeliões nos alojamentos.

 

 

 

 

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