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Sequestradora manteve conversa com marido logo após levar bebê do Hran

Troca de mensagens entre Gesianna e o marido ocorreu uma hora após ela sequestrar criança

atualizado

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1 de 1 - Foto: Reprodução

A mentira sobre a gravidez da estudante de enfermagem Gesianna de Oliveira Alencar, 25 anos, foi confirmada em depoimentos de familiares e por meio de conversas no WhatsApp que estavam no celular da sequestradora, apreendido pela Polícia Civil. Os arquivos serão usados pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) para provar que o crime fora premeditado.

A troca de mensagens entre Gesianna e o marido ocorreu uma hora após ela sequestrar o bebê que estava na sala 208 do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) na terça-feira (6/6). A mulher furou a segurança da unidade de saúde e levou o recém-nascido escondido dentro de uma bolsa de maternidade, por volta de 12h. Gesianna mandou uma mensagem para o marido às 13h15, cerca de uma hora após sequestrar a criança.

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A estudante tentou simular que teria entrado em trabalho de parto e seguiria de um posto de saúde para o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). A mulher, que foi presa em flagrante nesta quarta (7), chega a afirmar que o filho do casal havia acabado de nascer, saudável e pesando cerca de três quilos.

Para reforçar a mentira, ela enviou duas fotos de bebês nascidos no Hospital Regional da Asa Norte. “No entanto, um dos bebês permaneceu no berçário do hospital. O outro, de fato, era o que ela havia sequestrado”, explicou o diretor-adjunto da DRS, delegado Paulo Renato Fayão.

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Sanidade mental
De acordo com o delegado que investiga o caso, Gesianna será levada para a audiência de custódia na quinta-feira (8/6), quando o juiz decidirá se ela permanecerá presa preventivamente ou responderá ao processo em liberdade.

A estudante também deverá ser submetida a exame psicológico, que atestará sua sanidade mental. “Como ela preferiu se reservar ao direito constitucional de permanecer calada, não tivemos como fazer qualquer tipo de avaliação sobre seu estado psicológico”, explicou Fayão.

Em depoimento, o marido de Gesianna disse que, em algumas ocasiões, a mulher tentava evitar que ele tocasse sua barriga. E quando ele conseguia, tinha sempre uma cinta no abdômen da esposa, o que considerava normal, pois algumas grávidas usam o acessório.

A Polícia Civil acredita que a suspeita do sequestro do bebê entrou no hospital mediante fraude. Diante disso, o delegado acredita que houve falha na segurança da unidade de saúde. Para piorar, as 28 câmeras do Hran não gravam imagens. Três testemunhas ajudaram a polícia a localizar a mulher.

Gesianna  foi enquadrada no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por subtração de incapaz, com dolo específico. Se condenada, pode pegar até seis anos de prisão. A mulher seria levada ainda nesta quarta (7) para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), ao lado do Parque da Cidade.

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