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Vendedor confessa que inventou sequestro para salvar casamento

Valdenir disse que foi vítima de sequestro, extorsão e agressão em Taguatinga. Na verdade, estava na “farra”

atualizado

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Divulgação/Facebook/PCDF
polícia civil
1 de 1 polícia civil - Foto: Divulgação/Facebook/PCDF

A história contada pelo vendedor Valdenir Freitas de Araújo, 39 anos, de que teria sido alvo de extorsão e passado mais de 15 horas nas mãos de bandidos, era mentira. Ele confessou, nesta segunda-feira (13/6), à Polícia Civil, que inventou tudo porque havia ficado a noite fora de casa, na farra, e queria “salvar” o casamento.

O vendedor chegou a contar que foi vítima de sequestro relâmpago depois de ter sido abordado e rendido por três desconhecidos às 19h30 de sexta (10), em um cruzamento próximo a um posto de gasolina do Setor Industrial de Taguatinga. Ele teria sido abandonado em uma estrada de terra de Brazlândia.

Porém, a mentira não resistiu ao depoimento. Pressionado, Valdenir confessou ao delegado Ricardo Viana, chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), que passou a noite em uma farra com uma mulher e amigos, até as 10h do dia seguinte, e inventou a história para evitar o fim de seu casamento. Valdenir foi indiciado por falsa comunicação de crime.

Os meus policiais já começaram a duvidar da história desde que ele chegou aqui, porque fugia das perguntas e só chorava ao olhar para a mulher e quando era confrontado

Ricardo Viana, delegado

Viana ainda disse que os investigadores desconfiaram de outros detalhes do relato do vendedor. “Ele disse que passou 15 horas sob o poder dos bandidos e, duas horas depois de ter sido solto, afirmou que encontrou o carro próximo ao local onde tinha sido abandonado. Isso tudo foi muito estranho”, ressaltou o delegado.

Larissa Rodrigues/Metrópoles

Botecos e mulheres
Ainda segundo Ricardo Viana, após Valdenir contar a história, os agentes foram aos bares em que, na versão da suposta vítima, os bandidos teriam parado para comprar bebidas alcoólicas e obrigar o vendedor a consumi-las. “Descobrimos que ele tinha estado nesses locais, mas com mulheres, e não com bandidos.”

Ao checar que a versão apresentada pelo homem não condizia com os relatos colhidos, o delegado intimou o suposto sequestrado para prestar esclarecimentos nesta segunda-feira (13), às 14h. “Fui mostrando para ele que as denúncias não faziam sentido. Até que chegou o momento que ele admitiu ter inventado tudo”, contou Ricardo Viana. Desta vez, segundo o delegado, Valdenir não chorou.

Falsa comunicação de crime
Agora, o vendedor, que não tem antecedentes criminais, será processado por falsa comunicação de crime ou contravenção. Por se tratar de delitos de menor potencial ofensivo, ele só assinou um termo e foi liberado. Também pôde levar o carro, que estava na delegacia para ser periciado. A pena prevista é de 1 a 6 meses de prisão, que pode ser convertida em multa ou prestação de serviço comunitários.

“Que isso sirva de lição, não só para ele, mas para quem mais pense em fazer algo do tipo. Agora, Valdenir terá registro de antecedente criminal na ficha dele”, finalizou o delegado Ricardo Viana.

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