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Testemunha da morte de vigilante por PM de Goiás tem medo de morrer

O homem, que pede não ter o nome revelado, presenciou toda a ação e teme sofrer represálias após prestar depoimento

atualizado

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1 de 1 kadu4 - Foto: Facebook/Reprodução

Uma das testemunhas-chave que forneceram informações à polícia sobre a morte do vigilante Kássio Enrique Ribeiro de Souza (foto) está com medo. O homem, que pediu para não ter o nome revelado, estava presente no momento da confusão entre o vigilante e o policial militar do estado de Goiás Yuri Rafael Rodrigues da Silva Miranda e viu o momento em que o PM atirou diversas vezes contra Kássio.

“Sinceramente, não tenho mais motivos para trabalhar. Agora sou testemunha contra um policial, não é qualquer suspeito. Fui orientado por militares conhecidos a me proteger e procurar apoio, porque estou com medo de que alguma coisa possa acontecer comigo. Eu me sinto ameaçado”, afirmou a testemunha ao Metrópoles.

O homem disse ainda que foi à delegacia prestar depoimento no mesmo momento em que Yuri estava lá e contou que foi encarado pelo policial militar. O que mais assusta a testemunha é o fato de o PM já ter sido denunciado por tortura e abuso de autoridade. Apesar dos receios, ele não recebeu nenhum tipo de ameaça.

“Estou procurando informações para entender o que preciso fazer para pedir proteção. Não sei se eu me encaixo nos requisitos, mas estou com medo”, desabafa o homem.

A versão da testemunha sobre o que ocorreu na madrugada de domingo (23/10 ) é um pouco diferente da relatada pela mulher de Kássio, Erica Carvalho. Ele afirma que o desentendimento teve início quando Yuri tentou entrar na festa mesmo depois que ela já tinha acabado. Após uma primeira discussão, o policial teria chamado Kássio para uma briga.

O homem conta que, já irritado pelas provocações do PM, o vigilante se aproximou do carro. Naquele momento, Yuri teria atirado sete vezes contra Kadu, de dentro do carro no qual era passageiro.

A testemunha afirma ainda que o policial ficou desestabilizado ao ver o que tinha feito e tentava evitar que outras pessoas chegassem perto do corpo. Depois, teria sido impedido de fugir por um bombeiro que estava no local e o orientou a se apresentar na delegacia.

Segundo relato do homem, Kássio não tinha nenhum simulacro de arma de fogo, como alegou o PM Yuri, que apresentava sinais de embriaguez.

Funções administrativas
Mesmo após o ocorrido, o policial militar Yuri Rafael Rodrigues da Silva Miranda não deve ser afastado da corporação. Segundo a Secretaria de Segurança de Goiás, a orientação é que o servidor, lotado no 19º Batalhão do Novo Gama, cumpra funções administrativas até que a investigação do caso seja encerrada.

Em nota, a Secretaria de Segurança informou que o caso também será analisado pela corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PMGO). Confira o texto na íntegra:

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informa que, a respeito do caso da morte de um segurança em uma casa de shows no Gama, no Distrito Federal, e o envolvimento de um policial militar goiano no incidente, o comando-geral da Polícia Militar bem como a corregedora da corporação estão acompanhando o caso. O PM já se apresentou à Polícia Civil do DF, onde prestou depoimento. Como a apresentação foi uma iniciativa do próprio PM, não houve a necessidade de prisão. Informamos, ainda, que esta secretaria e a PMGO aguardam a conclusão do inquérito e o transcorrer das investigações, que serão conduzidos pela Polícia Civil do DF. O comando da PMGO orienta que, até a conclusão do caso, o policial permaneça em funções administrativas.

Segundo um servidor do batalhão em que Yuri trabalha, o policial não se apresentou para o serviço nesta segunda-feira (24) e teria apresentado um atestado médico.

A tragédia
Conhecido como Kadu, Kássio Enrique Ribeiro de Souza foi morto a tiros após uma discussão com o policial militar de Goiás durante uma festa na Mansão Millenium, no Gama, na madrugada de domingo (23). Kássio era casado e, além da esposa grávida, deixa uma filha de 2 anos. A família mora no Jardim Ipê, em Luziânia (GO).

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