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Portugueses que intrigavam moradores de Águas Claras faziam parte de quadrilha internacional presa no DF

Grupo faz parte de uma comunidade cigana em Portugal, onde também aplicava golpes. Eles vendiam bolsas, jaquetas de couro, perfumes e malas falsificadas

atualizado

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Divulgação PCDF
Quadrilha portuguesa
1 de 1 Quadrilha portuguesa - Foto: Divulgação PCDF

Não foi uma ou duas vezes que moradores de Águas Claras estranharam o comportamento de um grupo de estrangeiros que circulava, geralmente, por escolas e shoppings da cidade e se reunia, todos os dias, no ponto comunitário de exercícios da Rua 13 Sul. Pelo sotaque, era claro se tratar de estrangeiros. Os homens estavam sempre juntos, conversando, fumando e bebendo. As mulheres, sentadas nos bancos da pracinha do local, interagiam enquanto vigiavam as crianças, que brincavam nos aparelhos de ginástica. Tirando o que os olhos podem enxergar, restavam dúvidas sobre os hábitos desses misteriosos forasteiros.

A curiosa história começou a ser desvendada no dia 26 de fevereiro, quando a Polícia Civil deflagrou a Operação Ilusionista. O nome de batismo da ação é uma referência à atividade criminosa do bando. O grupo formado por portugueses vendia produtos falsificados como se fossem originais. E eram ardilosos para conseguir as vendas.

O Metrópoles teve acesso a fotos exclusivas e informações que revelam onde e como os criminosos agiam. O grupo faz parte de uma comunidade cigana de origem portuguesa. Em seu país de origem, a rede de contrabando internacional mantinha conexões e também aplicava golpes. O caso investigado pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes é acompanhado de perto pela Embaixada de Portugal e foi noticiado pelos jornais portugueses. Ao todo, 11 pessoas foram presas e um está foragido.

De fato, esse grupo é conhecido em Portugal e tem conexões no país com outros ciganos que vivem lá

Jeferson Lisboa, delegado e diretor da Corf

Segundo as investigações, todos moravam em Águas Claras e andavam em carros de luxo. Os portugueses escolheram um café em frente ao ponto comunitário de exercícios como ponto de encontro. Em muitos momentos, à luz do dia, eles se reuniam e conversavam sem expor os produtos.

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Debandada geral
Os policiais identificaram cerca de 400 portugueses morando no DF. Alguns, eles dizem, deixaram a capital depois da operação da Corf. “Estamos atrás de um dos integrantes do bando, que conseguiu escapar. Ele circulava pela cidade com um SUV de luxo”, afirmou Lisboa.

Todos os presos na operação permanecem no Centro de Detenção Provisória (CDP), no complexo penitenciário da Papuda. Os integrantes da quadrilha tiveram a prisão temporária revertida para preventiva e vão aguardar o julgamento atrás das grades. “Essas pessoas deverão ser expulsas do Brasil somente após o cumprimento da pena no país”, afirma o delegado.

Ilusionismo
Bolsas, malas, jaquetas de couro e perfumes eram oferecidos em locais de grande circulação e com compradores em potencial, como shoppings, portas de escolas, tribunais. Segundo os investigadores, eles agiam como atores para convencer os clientes sobre a boa qualidade dos produtos: passavam um produto químico para proteger roupas e, na hora da venda, colocavam fogo para mostrar que o material “não queimava”.

Equipados com máquinas de cartão, para facilitar o pagamento, os estelionatários vendiam kits compostos por camisetas, canetas e malas por até R$ 3 mil.

“Infelizmente, alguns brasileiros costumam confiar em europeus e eles se aproveitavam disso para enganar os alvos”, alertou Lisboa. Carros e máquinas de cartões eram alugados nos nomes das esposas e cunhadas dos homens envolvidos. A responsabilidade por saques, movimentação financeira e administração das finanças era toda delas.

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