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Polícia faz operação e prende quadrilha que extorquia desempregados

Os criminosos anunciavam vagas de emprego em jornais e sites, mas para garantir a “contratação” era necessário que os candidatos fizessem um curso on-line que custava R$ 150. Assim que recebia o dinheiro, a quadrilha desaparecia

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
policia civil
1 de 1 policia civil - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um grupo criminoso é alvo de uma operação Fake Job da Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta segunda-feira (25/7) no litoral paulista — oito pessoas foram presas. O líder do grupo, identificado como Renan Romero Dias, é o único que permanece foragido.

Renan Romero Dias está foragido
Renan Romero Dias está foragido

Segundo os investigadores, eles publicavam vagas de emprego em sites e jornais de grande circulação. No entanto, para garantir a “contratação”, o candidato deveria fazer um curso on-line que custava R$ 150. Assim que recebia o dinheiro, a quadrilha desaparecia.

Foram levantados ao menos 12 sites diferentes que eram usados para o suposto curso. Conforme as vítimas iam denunciando o esquema criminoso, a quadrilha tirava as páginas do ar. O interesse nas ofertas era grande.

A polícia verificou que, em apenas um dia, a quadrilha recebeu cerca de mil e-mails de pessoas interessadas nos anúncios. Com o dinheiro embolsado, principalmente de pessoas de baixa renda, a quadrilha mantinha uma vida confortável em São Paulo.

A investigação foi feita pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), pois também há vítimas no Distrito Federal, mas os policiais destacam que o grupo agia em todo o país. Os presos nesta ação serão transferidos imediatamente para o DF.

Vaga anunciada pela quadrilha em Brasília
Vaga anunciada pela quadrilha em Brasília

Na internet, é possível encontrar diversas reclamações de pessoas que caíram no golpe. Um desempregado do Pará, que não quis se identificar, deu detalhes de como caiu na armadilha dos criminosos.

“Além do anúncio feito no jornal, eles fazem a oferta por telefone, cujo nº eles pegam no currículo. Mais uma vez, por telefone, oferecem a vaga de emprego, caso se faça o curso. Uma proposta dessa parece irresistível para quem está desempregado, não é?”, diz em depoimento.

O homem diz ainda que o “curso” custa R$ 150 e é pago pela internet. Depois, eles liberam a senha para acesso ao conteúdo e para impressão do certificado. “Ao concluir o curso, existe um link de ‘encaminhamento’. É nesse momento que cai a ficha do candidato de que caiu no golpe. O dito encaminhamento não passa de uma lista mal feita de empresas de segurança de todo o Brasil, nada mais que isso. Não existe nada de encaminhamento, agendamento para entrevistas, nada de nada. Liguei para três das quatro empresas elencadas pelo site e todas informaram desconhecer a oferta de vagas.”

Outro homem de Brasília também diz que caiu no golpe e que, até o momento, não conseguiu contato com a empresa.

“Indicaram uma empresa para que eu pudesse me atualizar. O custo do curso era de R$ 250. Eu estava e ainda estou desempregado. Eles falaram que o aperfeiçoamento tinha duração de  três dias e, logo após a conclusão do treinamento, receberia o certificado, Garantiram a vaga. Contando com isso peguei dinheiro emprestado com amigos para poder pagar o tal curso. Acontece que nunca consegui trabalho. Tentei entrar em contato com os responsáveis e nunca tive resposta. O site foi retirado do ar e o e-mail não e mais válido”.

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