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Para delegado, UnB é tolerante com consumo de drogas no campus

Crítica foi feita durante coletiva sobre plantação de maconha dentro da universidade por dois alunos e outro homem: cultivo à beira do lago

atualizado

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PCDF/Divulgação
MACONHA NA UNB3
1 de 1 MACONHA NA UNB3 - Foto: PCDF/Divulgação

Para o delegado Rodrigo Bonach, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil do Distrito Federal, a Universidade de Brasília é tolerante com o consumo de drogas no ambiente acadêmico. A declaração foi dada nesta quinta-feira (20/4), durante entrevista coletiva sobre a descoberta de uma plantação de maconha no campus da UnB. Os policiais detiveram três pessoas e coletaram 17 pés da planta, perto do Centro Olímpico, às margens do Lago Paranoá. Segundo a polícia, a quantidade era suficiente para abastecer um pequeno grupo de usuários.

Embora reconheça que a Reitoria da UnB tenha colaborado com as investigações, o delegado Rodrigo Bonach não deixou de criticar a instituição.

“A Reitoria e as forças de segurança da UnB têm mostrado uma atitude colaborativa com a polícia, afinal, não é de interesse da universidade que haja o cultivo de drogas em seu terreno”, afirmou Bonach. “Porém, existe uma leniência histórica dentro do ambiente acadêmico da UnB, o que é um vexame, porque o local é incompatível com o consumo de droga. Se a pessoa estiver com o sistema nervoso alterado, não poderá adquirir conhecimento”, ponderou o policial.

O delegado apresentou exemplos à imprensa do que seria essa conivência da instituição com o uso de drogas. “No ICC (Instituto Central de Ciências), verificamos pichações de apologia ao uso de drogas. Quero crer que a atual reitoria eliminará essas influências negativas”, declarou Rodrigo Bonach. As imagens flagradas pelos investigadores estavam em paredes de centros acadêmicos da instituição.

 

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Repúdio
Em nota, a Diretoria de Segurança da Universidade de Brasília relatou ter sido acionada na tarde de quarta-feira (19) pela Polícia Civil, que informou sobre a descoberta de pés de maconha no campus.

“Os técnicos da Diseg acompanharam os policiais na varredura realizada na área e se colocaram imediatamente à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Dois alunos e um ex-aluno foram presos em flagrante”, destacou o texto.

A UnB esclarece que as plantas foram encontradas em terreno a cerca de 1,5km da área de uso comum do Centro Olímpico, próximo à margem do Lago Paranoá.

“A Universidade repudia qualquer tipo de prática ilícita, dentro e fora de suas dependências. A Administração Superior tomará as medidas cabíveis. Um processo administrativo para apurar responsabilidades será instaurado imediatamente”, conclui a universidade na nota divulgada.

O caso
Dois alunos de Engenharia (de Redes e Mecânica) da UnB e um graduado em Administração foram identificados como responsáveis pelo cultivo. Décio Bottechia Neto, 22 anos; Gabriel Campos dos Reis, conhecido como Feijão, 29, e Guilherme Mendonça Luz, 21, mantinham imagens do desenvolvimento das plantas nos celulares.

No local, foram encontradas garrafas PET com água (para regar as plantas), adubos e veneno para formiga. Gabriel Reis já tinha antecedente por posse de droga e Guilherme estaria prestando concurso para oficial do Corpo de Bombeiros. A Cord informou que tinha um inquérito instaurado para investigar a situação na UnB.

Os acusados foram liberados após assinarem termo circunstanciado, uma vez que o crime é considerado de baixo potencial ofensivo e, aparentemente, as plantas eram cultivadas para consumo próprio. Mas a equipe da Cord continuará nas investigações, e ainda não descartou completamente a possibilidade de o caso estar relacionado ao tráfico de drogas.

 

 

 

 

 

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