Faca apreendida pela polícia não foi usada para matar Jéssica Leite
Com a ajuda do luminol, reagente químico que identifica traços de sangue mesmo após o objeto ter sido lavado, os peritos atestaram que a arma branca não foi a que perfurou o tórax da universitária
atualizado
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A faca apreendida pela Polícia Militar na noite de quarta-feira (15/6) não foi usada para matar a estudante universitária Jéssica Leite, 20 anos. A suspeita foi descartada após a lâmina ser submetida a exames no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil. O resultado foi confirmado por uma fonte policial ouvida pelo Metrópoles.
Com a ajuda do luminol, espécie de reagente químico que identifica traços de sangue mesmo após o objeto ter sido lavado, os peritos atestaram que a arma branca não foi a que perfurou o tórax da jovem, assassinada em uma área atrás da Igreja São Sebastião, na EQNL 21/23, em Taguatinga Norte, na tarde de terça-feira (14). A faca foi encontrada em poder de um casal que chegou a ser levado para a 17ª Delegacia de Polícia — onde o delegado Flávio Messina colheu depoimentos —, mas foi liberado em seguida por não terem sido identificados por testemunhas.Usuários de drogas
Investigadores que trabalham no caso começaram a apertar o cerco contra um grupo de usuários de drogas e traficantes que costuma ficar nos arredores do local onde ocorreu o crime. “Quase todos os viciados e pequenos traficantes que circulam naquela região andam armados com facas. É natural que a investigação passe um pente-fino naquele ponto”, explicou a fonte ouvida pela reportagem.
Uma série de diligências foi realizada durante a manhã e a tarde desta sexta-feira (17), principalmente em Ceilândia, onde morariam dois homens apontados como suspeitos do crime. Em nota, a Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil (Divicom) informou que o delegado Flávio Messina só se pronunciará novamente sobre o caso quando a investigação chegar ao fim.
O crime
Jéssica levou uma única e certeira facada no peito na tarde de terça-feira (14). O crime começou a ser investigado como latrocínio (roubo seguido de morte), já que o celular da jovem desapareceu. Porém, a possibilidade de ter sido um homicídio, praticado por um conhecido da universitária, não está descartada.
Também chamou a atenção da polícia o fato de Jéssica ter mudado a rotina no dia em que morreu, permanecendo cerca de 15 minutos em um Ponto de Encontro Comunitário (PEC) a 200 metros de sua casa, na EQNL 21/23.
Em entrevista na quarta (15), o delegado Flávio Messina disse que o celular pode ter sido levado após o assassinato, uma vez que houve um grande aglomerado de pessoas ao redor do corpo. Ainda na quarta, foi realizado o velório e o enterro da jovem, que cursava jornalismo na Universidade Católica de Brasília.