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Distritais denunciados pela Drácon não aparecem na CPI da Saúde

Eles foram acusados pelo MPDFT de tentarem interferir e usarem a comissão em benefício próprio, pressionando e coagindo testemunhas

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
CPI da Saúde
1 de 1 CPI da Saúde - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Três dias depois de serem denunciados pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) por corrupção passiva na Operação Drácon, Celina Leão (PPS), Julio Cesar (PRB), Bispo Renato Andrade (PR) e Cristiano Araújo (PSD) não apareceram na reunião da CPI da Saúde, na Câmara Legislativa, nesta quinta-feira (24/11). A ausência dos parlamentares, mesmo daqueles que não integram a comissão oficialmente, chamou a atenção, já que eram presença frequente.

Os distritais foram acusados pelos promotores de tentarem interferir na CPI e usarem a comissão em benefício próprio, pressionando testemunhas e coagindo pessoas. Ao ponto de o MPDFT pedir o afastamento cautelar de todos eles de seus mandatos. Por meio de suas assessorias, os parlamentares negaram que participaram constantemente das comissões.

Diante da instalação de uma CPI que apuraria, entre outros fatos supostamente criminosos no âmbito da Secretaria de Saúde, justamente o esquema de pagamento de propinas pelas empresas fornecedoras de leitos de UTI por eles engendrado, os deputados distritais denunciados se articularam para garantir plena participação na comissão. Desta forma, poderiam conduzir o rumo das apurações

Selma Sauerbronn, vice-procuradora-geral do DF, no pedido de afastamento apresentado à Justiça

A acusação do MPDFT de manipulação da CPI foi rebatida pelo presidente da comissão, Wellington Luiz (PMDB), que lembrou da independência dos poderes. O parlamentar iniciou a sessão reclamando. “Cada dia que passa me surpreendo mais. Fui acusado por simplesmente ler os documentos que pedem a descrição dos depoentes nas oitivas”, declarou.

Empresário depõe
Mesmo ausentes, distritais enviaram assessores ao depoimento do empresário do ramo de eventos Marcelo Pereira da Silva, o Marcelo Radical. Ele foi citado nas gravações feitas pela presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, com o vice-governador Renato Santana.

Radical negou que tenha participado de qualquer intermediação para liberação de pagamento de dívidas de contratos na Secretaria de Fazenda, assegurando aos distritais que jamais teve qualquer elo com servidores que poderiam agilizar pagamentos.

Acompanhado de dois advogados, Radical informou que está processando Santana. “Essa denúncia é irresponsável, distorcida”, ressaltou o empresário, afirmando ser vítima de “armação”. Disse que, na verdade, entrara com uma ação de cobrança na Fazenda Pública do DF para receber dívida pela prestação de serviços ao GDF na área de montagem de estrutura para eventos.

O presidente da CPI destacou, após o depoimento, que as afirmações de Marcelo Radical indicam que Santana teria mentido aos membros da comissão. Mas lamentou o fato de não poder convocá-lo por conta do fórum privilegiado. Renato Santana chegou a ser convidado para uma acareação com Marli Rodrigues, porém não compareceu.

O Metrópoles ligou para o vice-governador, que até a publicação desta reportagem não retornou.

Radiologia
Antes de Radical, o vice-presidente do Sindicato dos Técnicos, Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia do DF (SINTTAR-DF), Ubiratan Ferreira, foi ouvido e fez duras críticas à gestão da Secretaria de Saúde, sobretudo em relação à falta de contrato de manutenção dos aparelhos de radiologia, mamografia, ressonância magnética e densitometria. “O governo está prevaricando”, acusou o servidor e sindicalista, que trabalha como auxiliar em radiologia no Hospital da Asa Norte (Hran).

Ferreira apresentou um balanço negativo no qual aponta um número elevado de aparelhos quebrados – e sem manutenção – em vários hospitais públicos do DF que, segundo ele, estão prejudicando milhares de pacientes, como no Hospital de Base, onde revelou que cerca de 40 pacientes com câncer deixam de fazer todos os dias sessões de quimioterapia, com a desativação do equipamento de cobalto.

O servidor denunciou que a campanha do Outubro Rosa, feita pelo governo no DF, foi um fracasso, “apesar de tanto dinheiro gasto à toa”. Ele disse que oito mil mamografias foram reprimidas e que a Secretaria de Saúde não tem cobrado dos planos de saúde os atendimentos feitos a pacientes que têm convênio, como prevê a lei.

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