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DF em alerta. Secretaria de Saúde investiga seis casos suspeitos de microcefalia e relação com o zika

Embora a capital do país não tenha ocorrências confirmadas da doença, a preocupação com a proliferação do mosquito Aedes aegypti no território brasiliense é grande

atualizado

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Reprodução/EBC
microcefalia
1 de 1 microcefalia - Foto: Reprodução/EBC

O Distrito Federal tem seis casos suspeitos de microcefalia sendo investigados e a Secretaria de Saúde apura se há relação dos registros com o zika vírus. Embora a capital do país não tenha ainda ocorrências confirmadas da doença entre 22 de outubro do ano passado e 13 de fevereiro deste ano (período em que o Ministério da Saúde começou a contabilizar oficialmente os casos), a preocupação com a proliferação do mosquito Aedes aegypti no território brasiliense é grande, já que seis casos de gestantes com zika foram confirmados entre dezembro e 15 de fevereiro deste ano no DF.

As grávidas moram nas cidades de Águas Claras, Lago Sul, Taguatinga, Guará e em Santo Antônio do Descoberto (GO), região do Entorno. Segundo boletim da Secretaria de Saúde, todos os casos são autóctones (de residentes da região), já que não houve deslocamento das pacientes para outras unidades da Federação.

A pasta informa que as pacientes do DF serão acompanhadas ao longo da gestação. Questionada sobre o local de moradia dos bebês que estão sendo acompanhados, suspeitos de microcefalia, a pasta não respondeu até o fechamento desta reportagem.

O órgão esclarece que, entre 2013 e 2014, a média de casos de microcefalia registrados no DF variou de dois a quatro casos. Desde outubro do ano passado, 77 casos suspeitos do zika foram descartados. Em relação aos registros em análise, a secretaria desta que “os seis casos do DF estão sendo investigados, onde será determinado se realmente se trata de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, e, caso confirmado a microcefalia, se tem relação com o zika vírus.”

Medo
Grávida de sete meses, a servidora pública Ana Cerqueira, 32 anos, está com medo. Ela não sai de casa sem antes usar o repelente. De quatro em quatro horas, faz nova aplicação do produto. Além disso, aposentou os vestidos, shorts e camisas sem manga. “Não deixo uma parte do corpo exposta. Até mesmo em casa, estou superprotegida”, conta. No entanto, ela admite que mesmo com essas medidas não se sente segura: “Quem me garante que o vizinho ou um colega de trabalho não está infectado?”

A microcefalia é uma condição neurológica, até o ano passado considerada rara, em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo. A microcefalia normalmente é diagnosticada no início da vida e é resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento.

Crianças com microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há uma cura definitiva para a microcefalia, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e qualidade de vida.

Para reduzir a ansiedade das mães como Ana, o Metrópoles publicou uma lista com tudo o que as pessoas precisam saber sobre o zika vírus e o que os cientistas andam descobrindo (ou tentando) sobre ele.

 

Fernanda Carvalho/ FotosPúblicas
*Fernanda Carvalho/ FotosPúblicas**

 

Mortes
Em todo o Brasil já foram notificados 108 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação. Destes, 27 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 70 continuam em investigação e 11 já foram descartados. Ao todo, 5.280 casos suspeitos de microcefalia foram registrados desde o início das investigações, em outubro.

Vale ressaltar, que o Ministério da Saúde considera que houve infecção pelo vírus zika na maior parte das mães que tiveram bebês, cujo diagnóstico final foi de “microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, sugestiva de infecção congênita”.

Além do Distrito Federal, os estados do Maranhão, Sergipe, Minas Gerais, São Paulo, Acre, Rondônia, Amapá, Amazonas, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina ainda não t~em registros de casos confirmados de microcefalia.

Relação
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse acreditar que 40% das notificações de microcefalia no país estejam relacionadas ao zika. O restante estaria associado a outras causas – como doenças genéticas ou infecções por citomegalovírus, herpes ou toxoplasmose. Por esse raciocínio, dos 5.280 registros em análise, 2.112 seriam efetivamente ligados à transmissão do zika durante a gestação.

O aumento de microcefalia nos Estados do Nordeste começou a ser notado em agosto. Em Pernambuco, o número de nascimentos contabilizados este ano é 15 vezes maior do que a média anual registrada no período 2010-2014, de nove casos. Exames preliminares feitos nas gestantes e nos bebês não indicou, até agora, uma forte relação entre a microcefalia e infecções que tradicionalmente provocam esse tipo de malformação, como toxoplasmose, citomegalovírus.

Cynthia Goldsmith/CDC

Pesquisadores começaram a levantar a hipótese de relação com o zika vírus diante dos relatos das gestantes. Boa parte delas informou ter apresentado febre baixa, coceiras e vermelhidão (sintomas clássicos de zika) nos primeiros meses de gravidez. Essas manifestações ocorreram justamente no período em que Estados do Nordeste enfrentavam epidemia por zika vírus.

Mostras de sangue das gestantes e dos bebês com microcefalia – um má-formação rara, que pode levar à deficiência mental, crises de epilepsia, problemas de coordenação, audição e visão – tentam identificar as causas da doença. Até agora, a maior dificuldade dos pesquisadores era encontrar traços de algum agente infeccioso que pudesse ter levado à má-formação.

O zika vírus foi isolado no Brasil no início do ano e provocou epidemia em vários Estados do Nordeste. Os sintomas da doença, que ficou conhecida como prima da dengue, são febre baixa, coceira e vermelhidão.

Quando chegou no Brasil, o zika foi tratado como um problema menor do que a dengue. Há registros esparsos, no entanto, de que um número pequeno de pacientes adultos desenvolveu semanas depois da infecção uma doença autoimune, a Guilliam Barré. A associação com a doença também está em análise. Por enquanto, autoridades sanitárias foram orientadas a ficar alertas. (Com agências)

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