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Evangélicos: uma população em crescimento na capital do país

Entre 2014 e 2016, o número absoluto de seguidores da religião cresceu de 803 mil para 848 mil. Mas proporcionalmente, houve queda no índice

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Daniel Ferreira/Metrópoles
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1 de 1 Daniel Ferreira/Metrópoles - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Homenageados no dia 30 de novembro, os evangélicos continuam a crescer no Distrito Federal, mas agora a um ritmo menos acelerado. Segundo informações da Pesquisa de Amostra de Domicílios (Pdad) da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), são 848.332 seguidores da religião na capital federal. O número é maior do que o registrado entre 2013 e 2014, quando somavam 803.400. No entanto, apesar do crescimento absoluto, o percentual diminuiu: de 28,82%, há dois anos, para 28,6% em 2016.

Até 2014, o crescimento da religião era expressivo. Nos três anos anteriores, o percentual de evangélicos no DF havia subido de 25% para 30%. De acordo com o professor de filosofia da Universidade de Brasília (UnB) Agnaldo Cuócco Portugal, ainda não é possível determinar se a tendência de crescimento continua ou está mesmo se estabilizando.

“Nos anos 1990 e 2000, houve um grande boom das religiões protestantes, que cresceram exponencialmente. Nos últimos anos, esse crescimento ainda tem ocorrido, mas a uma velocidade menor. Agora, resta saber se a tendência de expansão se mantem ou segue uma outra direção”, afirma o professor.

Mesmo com o crescimento menor, os evangélicos só estão atrás dos católicos em número de adeptos no DF. A força dessas religiões se mostra ainda maior em comunidade mais carentes. A Estrutural, por exemplo, é a única cidade do Distrito Federal que tem mais habitantes evangélicos (47,25%) que católicos (42,80%). Proporcionalmente, é a maior população evangélica da capital.

Depois da Estrutural, vem o Varjão (41,09%), Fercal (39,4%), Santa Maria (36,42%) e Itapõa (36,30%). Já as cidades que têm menor presença evangélica no DF são Lago Sul (7,57%), Sudoeste/Octogonal (11,51%), Plano Piloto (13,94%), Jardim Botânico (15,68%) e Lago Norte (17,08%).

Para o professor Agnaldo Portugal, a resposta para o sucesso das igrejas evangélicas em regiões novas e mais pobres pode estar na maior oferta delas em relação às católicas. “Nesse novos núcleos habitacionais, é muito mais fácil implantar uma igreja neopentecostal do que uma paróquia, que tem diversos processos de abertura mais rígidos”, explica.

Ainda de acordo com Portugal, os templos protestantes ainda conseguem agregar tantos fieis justamente por conta de suas diferenças em relação ao catolicismo. “Talvez esse sucesso ocorra porque os evangélicos são mais dinâmicos. A Igreja Católica é uma instituição antiga e estável, mas tem menos capacidade de reagir a mudanças”, diz.

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