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Professor é acusado de injúria após xingar aluna de “preta folgada”

O caso ocorreu na presença de todos os colegas de classe da adolescente, no Centro de Ensino Fundamental Nº 2, no Paranoá

atualizado

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Racismo
1 de 1 Racismo - Foto: IStock

Um caso grave de injúria racial ocorrido em uma sala de aula da rede pública de ensino do Distrito Federal se tornou alvo de investigação da Polícia Civil. Uma aluna de 13 anos foi xingada de “preta folgada” por um professor do Centro de Ensino Fundamental Nº 2, no Paranoá. A ocorrência foi registrada na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou contra Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

Em entrevista ao Metrópoles, a adolescente e a mãe dela revelaram detalhes do caso. A estudante explicou que a aula estava no final e ela concluía um trabalho. Havia confusão na sala, com muitos alunos em pé, o que teria irritado o professor substituto.

“Eu não participava do tumulto, mas fiz a mesma pergunta duas vezes para o professor e ele não me respondeu. Em seguida, ficou nervoso e me xingou dizendo que eu era uma preta, folgada e que estava me ‘achando'”, contou a adolescente.

Em seguida, de acordo com a jovem, o docente deu um murro na mesa, rachando o móvel. “Naquela hora, todos os outros alunos perguntaram se eu não iria falar nada para me defender, já que ele havia me chamado de preta, mas eu não consegui, fiquei sem reação. Não consegui responder”, acrescentou a jovem.

Em casa, a estudante relatou as ofensas aos pais, que foram até a escola conversar com um dos cordenadores. O servidor, segundo a mãe, contou que nada poderia fazer senão registrar o fato em um “livro de ocorrências”. Indignada, a mulher resolveu procurar a polícia para prestar queixa contra o professor.

Simplesmente, se não tivéssemos procurado a Decrin, nenhuma atitude seria tomada por parte da escola, pois o professor continua dando aulas normalmente

Mãe da estudante de 13 anos, ofendida por um professor

De acordo com a delegada-chefe da Decrin, Gláucia Cristina da Silva, os investigadores irão ouvir outros alunos que testemunharam a injúria, além do professor e servidores da escola. “Vamos apurar se algum vídeo do circuito interno da escola flagraram a ofensa. Vamos requisitar as imagens, já que o interior das salas são monitorados por câmeras”, explicou a delegada.

Outro lado
As unidades de ensino do DF não comentam os casos ocorridos em sala de aula, encaminhando os contatos da imprensa à Secretaria de Educação. Acionada pela reportagem, a assessoria da pasta ressaltou que a Corregedoria do órgão ainda não teve conhecimento do ocorrido, mas irá apurar e tomar as providências cabíveis, a partir da notificação do inquérito policial.

“Cabe destacar que, para evitar e combater conflitos, a pasta desenvolve, ao longo do ano, dentro das atividades escolares, projetos pedagógicos em todas as escolas da rede pública de ensino. São trabalhados assuntos como mediação de conflitos, combate à violência, além de noções de cidadania e direitos humanos”, explicou o órgão em nota enviada ao Metrópoles.

 

 

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