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Privatização do Centro Esportivo vai poupar R$ 13,2 milhões ao GDF

Governo se reuniu com empresários nesta terça-feira (26/4) para apresentar plano para o complexo. Licitação deve ser aberta em janeiro de 2017

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
mané garrincha
1 de 1 mané garrincha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Depois de gastar quase R$ 2 bilhões para construir o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o Governo do Distrito Federal se prepara para entregá-lo à inciativa privada. Não apenas a arena, mas todo o complexo esportivo, que incluiu o ginásio Nilson Nelson, o parque aquático Cláudio Coutinho e as quadras poliesportivas. Todo o patrimônio será privatizado para garantir aos cofres públicos uma economia de R$ 13,2 milhões por ano, valor gasto com a manutenção dos equipamentos.

Na manhã desta terça-feira (26/4), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) se reuniu com empresários para apresentar o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para o Centro Esportivo de Brasília. As empresas têm até 9 de maio para apresentar o requerimento de autorização de apresentação de estudos. O processo licitatório deve ser aberto em janeiro do ano que vem.

O edital da PMI foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em 10 de março. Com a privatização, o governo espera economizar na manutenção dos espaços, já que, de de acordo com o GDF, eles não geram receita suficiente para arcar com as despesas. Segundo a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), atualmente, o gasto anual com o complexo esportivo é de R$ 13,2 milhões. A parceria valerá por 25 anos.

Para seduzir os empresários, o GDF apresentou números. O Mané Garrincha, por exemplo, reuniu 707.290 pessoas nos 85 eventos que sediou desde que foi reformado para a Copa do Mundo de 2014. No entanto, sozinha, a arena custa, em média, R$ 882.853,71 por mês ao GDF – o que corresponde a 10,59 milhões ao ano, ou 80% do custo total com o Centro Esportivo.

É fundamental que, além de incorporar esses custos, a iniciativa privada possa trazer um conjunto de programações culturais e esportivas para a cidade. E isso deve gerar benefícios indiretos para a capital, tanto para a população como através da arrecadação de impostos.

Rodrigo Rollemberg

Rafaela Felicciano/Metrópoles

O chefe do Executivo local não acredita que a iniciativa possa dificultar o acesso da população ao complexo exportivo. “O grande objetivo é dar vida aos equipamentos”, explicou Rollemberg. “E garantir uma programação que traga um retorno e que os locais possam ser administrados por quem tem maior competência e capacidade de buscar eventos nacionais e internacionais para ocupar essa agenda esportiva e cultural”, completou o governador.

A princípio, o interesse do GDF é que uma empresa administre todos os espaços do Centro Esportivo. “Nesse processo de PMI, os empresários não poderão escolher separadamente um local ou outro. O que pode ser feito é uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) para cada um dos espaços, mas a que foi lançada é para administrar todo o complexo”, explicou o presidente da Terracap, Júlio César Reis.

“O modelo é novo e a expectativa é que saiam boas propostas daí”, acredita Reis. Ele revelou ainda que o Parque de Exposições da Granja do Torto será alvo de uma parceria público-privada no futuro. O Autódromo Internacional Nelson Piquet não está no pacote, mas o presidente da Terracap admitiu que o local pode ser privatizado caso alguma empresa demonstre interesse. “Ele pode ser objeto de uma MIP feita em separado”, afirmou Reis.

Após a apresentação do requerimento, as empresas terão de junho a outubro para elaborar os estudos de viabilidade técnica, econômica, jurídico institucional e um plano de negócios para o complexo, além de previsão de receitas, custos operacionais e riscos compartilhados. O projeto escolhido servirá como base para a licitação, que escolherá a empresa privada para executá-lo – e não será necessariamente a que o apresentou. A assinatura do contrato está prevista para maio de 2017.

Expectativa das empresas
Os empresários presentes ao encontro estavam animados com a possibilidade de administrar o complexo. “É uma excelente oportunidade pensar em melhorar a parte de serviço público, de exploração desses espaços, que são fantásticos”, afirmou Liliana Junqueira, uma das representantes da Ernst Young (EY), que atualmente administra a HSBC Arena, em São Paulo.

“Também temos interesse em outras áreas da cidade que podem ser exploradas, como o Parque da Cidade e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Brasília tem um potencial imenso e a gente precisa explorar, porque é dinheiro que entra e se movimenta na cidade”, acrescentou Cláudia Valenzuela, outra representante da empresa.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Luiz Cláudio Campos, um dos sócios da EY

“A gente vê que Brasília tem uma localização diferenciada e, no fim das contas, a viabilidade de um empreendimento como esse está na ocupação. Esse é um grande empreendimento imobiliário e somente é possível rentabilizá-lo se houver ocupação adequada, de modo a garantir retorno para o investidor e para a sociedade”, explicou um dos sócios da EY, Luiz Cláudio Campos. “É um investimento de risco, porque você não pode prever que aquela ocupação que foi pensada para 25 anos de fato ocorra. Consequentemente, o retorno está atrelado a quanto conseguiu ocupar o local em todos esses anos”.

Representante da GL Events, Rodolfo Bittencourt Andrade afirmou que a empresa ainda não bateu o martelo em relação a quais locais serão incluídos na proposta. “Temos algumas prioridades em termos de classificação, mas ainda buscamos conhecer o que governo quer lançar e de que forma isso será feito para então tomar uma decisão”, disse Andrade. “A gente tem visto que a cidade movimenta vários eventos e carece um pouco de profissionalismo. E é isso que queremos trazer”, finalizou o empresário.

Também estiveram presentes ao evento representantes das empresas Opinião Sports, SD Plan, Richard Dubois, Paulo Octávio, CSM – Sports e Entertainment, Arena Estádios e Eco Arena.

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