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Transcrição de áudio revela duas versões para grampo de Liliane Roriz

Na versão completa, a ex-vice-presidente da CLDF sugere que tinha conhecimento do suposto esquema de corrupção

atualizado

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Agência Brasília/Divulgação
Celina Leão Liliane Roriz
1 de 1 Celina Leão Liliane Roriz - Foto: Agência Brasília/Divulgação

Existem duas versões para os grampos que deram origem à Operação Drácon. Uma, a mais completa, está em poder do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A outra, editada, foi repassada aos veículos de comunicação. O Metrópoles teve acesso à transcrição de uma das conversas entre as distritais Liliane Roriz (PDT) e Celina Leão (PPS). O conteúdo foi analisado pelo Centro de Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação (CI) do MPDFT e revela que, ao menos nesse trecho, há cortes entre os áudios entregues a promotores de Justiça e aqueles que abasteceram a mídia.

Pelo conteúdo do que foi suprimido, é possível perceber que houve a preocupação de poupar Liliane por parte de quem preparou os grampos. O trecho cortado da conversa dura pouco mais de 3 segundos. A edição ocorre exatamente aos 3’27”3”’, e o áudio só é retomado aos 3’30”8”’.

Nesse tempo, Celina Leão diz a Liliane que “eles” foram até o presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Afonso Assad, e receberam um “não”. Em seguida, foram num outro lugar e teriam conseguido um “sim”. Assad é o empresário que, segundo investigações do MPDFT, teria se recusado a pagar propina aos distritais. Esse “outro lugar” seria uma referência ao acerto com empresas gestoras de unidades de terapia intensiva (UTIs) na rede pública de saúde do DF.

Diante da afirmação da presidente afastada da Câmara, Liliane Roriz responde que tudo teria ocorrido “do jeito que eles queriam”. Ou seja: a parlamentar teria conhecimento, ao menos desde o ano passado, do suposto esquema que alimentava o pagamento de propina em troca da liberação de emendas parlamentares.

Divulgação

Escute o áudio que foi repassado para os veículos de comunicação e compare com a transcrição acima para ver as edições feitas. O diálogo teria sido gravado em dezembro de 2015:

 

As denúncias feitas por Liliane em grampos entregues ao MPDFT atingem seis distritais. Além da própria petebista e de Celina, são citados os outros integrantes da Mesa Diretora, afastados por força de determinação judicial no último dia 23. São eles: Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César (PRB) e Bispo Renato Andrade (PR). Cristiano Araújo (PSD), que não integrava o colegiado, também é mencionado.

Entre esse grupo, Celina Leão é o alvo n° 1 dos investigadores, uma vez que, na condição de presidente da Câmara Legislativa, tinha a prerrogativa de pautar os projetos que seriam votados na Casa.

Entenda o caso
Liliane teria começado a grampear os colegas no fim do ano passado, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas.

De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro – R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões – realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento de serviços vencidos em UTIs da rede pública.

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