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Polícia Civil abre investigação sobre grampos na Saúde

Delegacia especializada vai investigar denúncias de pagamento de propina em contratos do GDF. Nesta quinta-feira (21/7), a presidente do SindSaúde e o vice-governador do DF serão ouvidos sobre o caso na CPI que apura irregularidades na saúde pública da capital

atualizado

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Marli Rodrigues
1 de 1 Marli Rodrigues - Foto: Facebook/Reprodução

O estrago causado pela divulgação de conversas denunciando um suposto esquema de pagamento de propina na área da saúde do DF, envolvendo também a Secretaria de Fazenda, ganha mais um capítulo. A Delegacia de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Decap) abriu inquérito para apurar acusações feitas pela presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues. Nesta quinta-feira (21/7), a sindicalista prestará depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa que investiga irregularidades na Saúde (CPI da Saúde).

Os distritais querem detalhes das denúncias após o vazamento de áudios do vice-governador Renato Santana (PSD) confirmando ter conhecimento de propinas de 10%, e do ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Fábio Gondim afirmando haver um “meio podre” infiltrado na pasta, composto por pessoas indicadas pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB). As conversas foram gravadas pela presidente do SindSaúde.

Marli será a primeira a ser ouvida pelos parlamentares, às 10h, em sessão aberta. Apesar de ter pedido para ser ouvida a portas fechadas, a Justiça deferiu um pedido do Governo do Distrito Federal para que o depoimento fosse feito a portas abertas.

Pressão
A crise gerada pela divulgação dos grampos mobiliza o governo desde o último domingo (17), quando o governador convocou uma reunião de emergência com os distritais da base que estavam em Brasília e o atual secretário da Saúde, Humberto Fonseca. A movimentação dos deputados, em pleno recesso parlamentar, foi classificada como uma manobra da presidente da Casa, Celina Leão (PPS), para atacar o governador.

O incômodo do GDF é tanto que, depois de pedir ao presidente da CPI da Saúde a publicidade da sessão de Marli Rodrigues e ter a solicitação negada, na noite de quarta-feira (20), o governo ajuizou um mandado de segurança para evitar que o depoimento seja feito em sigilo. Até a publicação desta reportagem, o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios não havia se manifestado sobre o pedido.

Provas
Em entrevista exclusiva à repórter Millena Lopes, do Jornal de Brasília, Marli Rodrigues garantiu “ter provas” das denúncias expostas com o vazamento dos áudios e que vai apresentá-las à comissão.

O vice-governador, por sua vez, será ouvido às 15h. O próprio Renato Santana se colocou à disposição da CPI para comentar as denúncias de cobrança de propina. De acordo com Santana, no início do ano, ele teria levado as denúncias de corrupção ao conhecimento do governador Rodrigo Rollemberg.

O chefe do Executivo, no entanto, afirmou à imprensa não ter encontrado o nome apontado pelo vice e que, por esse motivo, não deu continuidade às investigações, que foram feitas pela Controladoria Geral do DF.

Na mira da polícia
A Delegacia de Repressão a Crimes contra a Administração Pública ainda busca recolher elementos sobre as conversas publicadas pelo Metrópoles na sexta-feira (15/7) e no sábado (16/7). O material a que a Decap teve acesso, até o momento, é o que circula nos meios de comunicação. Antes do vazamento das conversas, porém, a unidade já apurava outra denúncia sobre chantagens feitas por integrantes do governo ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF.

A comunicação da Polícia Civil confirmou que o material estava sendo analisado desde o final do ano passado, quando a denúncia foi entregue à corporação.

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