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MPDFT denuncia distrital Sandra Faraj (SD) por estelionato

Segundo o Ministério Público, Sandra teria feito uso indevido de verba indenizatória pelo menos 12 vezes entre 2015 e 2016

atualizado

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MICHAEL MELO/METRÓPOLES
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1 de 1 sandrafadi - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Com processo de cassação aberto na Câmara Legislativa, a deputada Sandra Faraj (SD) também pode enfrentar problemas na Justiça. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou a parlamentar, nesta segunda-feira (12/6), pelo crime de estelionato.

Segundo o MPDFT, Sandra teria feito uso indevido de verba indenizatória pelo menos 12 vezes entre 2015 e 2016. Ela recebeu dinheiro público para pagar o contrato com a empresa de publicidade Netpub mas não teria repassado R$ 150 mil pelos serviços prestados.

Em fevereiro deste ano, Filipe Nogueira, sócio da Netpub, acusou a distrital de falsificar notas fiscais de prestação do serviço. Nogueira afirma ter recebido da parlamentar somente o dinheiro para pagar pelo servidor da empresa. Em um contrato de R$ 174 mil, ela teria quitado apenas R$ 14 mil, mesmo após receber todo o montante da CLDF.

Devido às suspeitas, Sandra responde a um processo de cassação na Comissão de Ética da Casa, impetrado pela ONG Adote um Distrital. Agora, se a Justiça aceitar a denúncia do MPDFT, o caso passa a ser criminal. As suspeitas sobre Sandra também recaem sobre o irmão dela, Fadi Faraj, apóstolo da Igreja Ministério da Fé, em Taguatinga.

Comissão para a igreja
Fadi Faraj entra no processo por causa da suposta cobrança de parte dos salários de servidores comissionados nomeados pela parlamentar. Esse dinheiro seria cobrado em forma de dízimo para a igreja evangélica. O percentual era exigido de servidores indicados por Sandra ou pelo o irmão dela na estrutura do GDF e da Câmara Legislativa.

Segundo suplente do senador José Antonio Reguffe (sem partido), Fadi Faraj é o mentor político da irmã, que passou a ser investigada pelo MP em fevereiro deste ano, após ser acusada de desvio de recursos da verba indenizatória.

De acordo com a assessoria de imprensa de Sandra Faraj, “o Ministério Público erra ao oferecer denúncia contra a deputada. Ela é vítima de uma armação feita por funcionários demitidos do gabinete. A deputada confia que o Poder Judiciário saberá aplicar a Justiça nesse caso”.

Deusa da mentira
Em abril, o MPDFT e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete de Sandra Faraj e na sala da 1ª Secretaria da CLDF, comandada pela parlamentar. Fadi Faraj também foi alvo da operação, batizada de Heméra (deusa da mentira, segundo a mitologia grega).

Sandra é investigada por corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e ameaça a testemunhas. Se forem confirmados, as penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão e levar à perda do cargo público.

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