Homem que clonou celular de Rollemberg está preso na Papuda
Jefferson Rodrigues Filho foi preso por ter se apropriado de um veículo e tentado passar o bem para o seu nome
atualizado
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Jefferson Rodrigues Filho, o homem que clonou o telefone celular do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda por ter se apropriado de um veículo e tentado passar o bem para o seu nome. A prisão ocorreu no dia 6 de março.
A defesa de Jefferson entrou com pedido de relaxamento da prisão, negado no dia 15/3 pelo juiz Wagno Antônio de Souza, da 2ª Vara Criminal de Taguatinga. Ao decidir, o juiz levou em consideração a conduta criminosa recorrente de Jefferson. Contra ele existem cinco registros criminais, três deles por estelionato.
“A conjugação desses fatos aponta no sentido de que o acusado desafia a paz social e certamente acredita na impunidade na repressão criminal. Igualmente, evidencia que em liberdade ele encontra estímulos para continuar na seara criminosa, pois a atuação Estatal, até o momento, não se mostrou suficiente para lhe impor um freio inibitório”, ressaltou o juiz.Jefferson foi condenado, em janeiro deste ano, por clonar o celular de Rollemberg. A pena, entretanto, foi de prestação de serviços à comunidade. De acordo com a denúncia, ele foi a uma loja da operadora e conseguiu um chip com o número do telefone do governador. Por meio de mensagens de WhatsApp, pediu e conseguiu empregos no GDF, passando-se pelo número um do Palácio do Buriti.
Relembre o caso
Em áudios e mensagens aos quais o Metrópoles teve acesso, Jefferson afirmou que, em fevereiro do ano passado, descobriu o número de celular de Rodrigo Rollemberg. Com a informação em mãos, ele procurou a operadora Vivo para obter uma segunda via do chip vinculado ao número do governador. Para conseguir a liberação, chegou a apresentar uma falsa ocorrência de extravio.
Sem grandes dificuldades, ele teve acesso ao chip duplicado e passou, assim, a visualizar e a interagir com os contatos do chefe do Executivo local via WhatsApp. Trocou várias mensagens com integrantes do primeiro escalão do governo.
Jefferson tentou ser nomeado na Secretaria de Habitação, mas não conseguiu. Em seguida, foi bem sucedido nas tratativas com o então secretário de Ciência e Tecnologia Paulo Salles, que o encaminhou para uma entrevista de emprego com a presidente da Fundação de Apoio e Pesquisa (FAP). “Não só eu, como as pessoas que eu passei o nome por WhatsApp”, diz o técnico eletricista nos áudios.
Jefferson admitiu ainda que procurou vários políticos, entre os quais o deputado Julio César Ribeiro (PRB), o vice-governador Renato Santana (PSD) e, mais recentemente, a presidente afastada da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS).
O técnico eletricista disse que pediu emprego a eles, mas nega que tenha feito chantagem ou tentado extorquir o governador. Jefferson alega que cometeu esse crime em “um ato de desespero, por ser pai e estar desempregado”. Segundo contou, ele trabalhou na campanha de Rollemberg.