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Moradora do Park Way reclama de pousos e decolagens do helicóptero de Rollemberg

Imagine atravessar Brasília sem enfrentar o congestionado trânsito da capital federal nos horários de pico. Já pensou em como seria bom não precisar sair de casa mais cedo para se deslocar ao trabalho, ou na alegria de voltar do batente com um tempinho extra para relaxar? Poucas pessoas do Distrito Federal contam com esse privilégio. […]

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Arquivo pessoal/Divulgação
1 de 1 - Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Imagine atravessar Brasília sem enfrentar o congestionado trânsito da capital federal nos horários de pico. Já pensou em como seria bom não precisar sair de casa mais cedo para se deslocar ao trabalho, ou na alegria de voltar do batente com um tempinho extra para relaxar? Poucas pessoas do Distrito Federal contam com esse privilégio. Uma delas é Rodrigo Rollemberg, que tem à disposição um helicóptero. O conforto do governador, no entanto, incomoda ao menos uma moradora do Setor de Mansões Park Way (SMPW).

Segundo a mulher, que pediu para não ter o nome divulgado, desde que o ilustre visitante passou a frequentar o condomínio — batizado com o nome do pai do político, Armando Leite Rollemberg —, a rotina da vizinhança foi alterada. “Como ninguém sabe o horário em que o pouso do helicóptero vai ocorrer, as brincadeiras das crianças estão ameaçadas. Brinquedos como pipas, drones ou similares colocam em risco esse voo irresponsável”, reclama.

A moradora afirma que o helicóptero branco de prefixo PR-GDF tem realizado pousos e decolagens frequentes na área verde de uma residência do condomínio, na Quadra 12 da SMPW, que seria da família do governador e não possui heliponto. O último pouso registrado pela mulher foi em 17 de outubro, um sábado, quando o trânsito de veículos na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) diminui consideravelmente. Ela afirma ainda que o aparelho aterrissou por volta das 9h.

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O incômodo com o barulho e a preocupação com a segurança dos moradores levaram a mulher a protocolar reclamação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “A aeronave sobrevoa perigosamente as residências circunvizinhas, de forma muito baixa”, diz trecho do documento.

Arte/MetrópolesEm resposta, a agência informou apenas que, de acordo com o disposto no art. 2° da Lei n°11.182, de 27 de setembro de 2005, “compete à União, por intermédio da Anac e nos termos das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo, regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária”.

A autarquia sugere à moradora do Park Way enviar a reclamação a outro órgão. “Sendo assim, vossa senhoria deverá encaminhar sua manifestação para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão subordinado ao Comando da Aeronáutica e responsável pelo assunto em questão.”

O Metrópoles esteve na SMPW 12 por três vezes. Conversamos com moradores de diferentes imóveis, mas eles não confirmaram o tráfego do helicóptero oficial do GDF na região. Disseram apenas que uma residência no Conjunto 2 é da família do governador. No entanto, afirmam que Rollemberg não costuma ser muito visto por lá.

A resposta do Buriti
Já a Casa Militar, departamento ligado ao gabinete do governador, confirma as visitas, e informa que o helicóptero utilizado por Rollemberg “é regido sob as regras do Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA 91), Subparte K, que trata das operações aéreas de segurança pública ou defesa civil, emitido pela Anac”. Entre as quais, o “transporte de dignitários”.

O departamento, que tem status de secretaria, acrescenta ainda que “a operação na localidade informada está amparada e dentro dos padrões exigidos pela Anac, uma vez que, para pousos e decolagens de aeronave enquadrada nessa categoria, é exigível apenas a autorização prévia do proprietário da localidade”.

Ainda de acordo com a Casa Civil, “as operações de pouso/decolagem na localidade informada ocorreram em quatro datas distintas: 16 e 25 de maio (um sábado e uma segunda-feira), 10 de julho (sexta) e 19 outubro (segunda). O que não importa caracterizá-las como corriqueiras e muito menos rotineiras”. Segundo a versão da moradora do Park Way, no entanto, a última vez em que o helicóptero esteva na localidade foi em 17 de outubro.

A pasta, contudo, não revela o trajeto nem o motivo dos deslocamentos. “As informações relativas a itinerários de voo são restritas em função da imperiosa necessidade de preservação e garantia da segurança institucional do governador.”

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