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Ex-servidor de Sandra Faraj teve sala arrombada dias antes de denúncia

Na sala de Filipe Nogueira em Taguatinga, onde funciona a Netpub, foi furtado um computador. Ladrões não levaram celular nem dinheiro

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
sandra faraj
1 de 1 sandra faraj - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Cinco dias antes de virem à tona denúncias contra a distrital Sandra Faraj (SD), suspeita de se apropriar de recursos da verba indenizatória, bandidos furtaram o computador pessoal de Filipe Nogueira no escritório dele em Taguatinga.

Nogueira, que trabalhava no gabinete de Sandra na Câmara Legislativa até a última sexta-feira (10/2), acusa a distrital e pastora de embolsar irregularmente cerca de R$ 174 mil referentes a serviços prestados pela Netpub, empresa que está em nome da esposa dele, Michelly Nogueira.

Segundo relatos de testemunhas do caso, os bandidos pularam o muro da casa onde fica o escritório de Filipe, na QSA 10 de Taguatinga, durante a madrugada do último dia 8, e arrobaram a janela, por onde entraram.

Dentro do escritório, os ladrões tiveram apenas uma preocupação: pegar o computador pessoal de Filipe. “Havia, em cima da mesa, um iPhone e outros computadores da Apple, que eles usavam para fazer os trabalhos. Mas só levaram o notebook pessoal dele. Se eles fossem roubar, teriam visto ainda que, dentro da gaveta, tinha dinheiro, mas não levaram mais nada”, afirmou uma pessoa próxima ao ex-servidor.

Delegacia
Após o episódio, Filipe e a esposa passaram a não sair de casa, com medo, e o servidor deixou de ir ao gabinete da distrital, onde ainda estava lotado. O caso foi registrado na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), que fez perícia do local.

Na quarta (15), Sandra Faraj procurou alguns deputados para justificar as denúncias. Segundo os distritais, ela afirmou que tem as notas fiscais comprovando o pagamento pelo serviço e as imagens de servidores arrombando o seu gabinete para pegar materiais. As imagens foram levadas para os advogados da parlamentar, que entraram com queixa-crime contra os funcionários que aparecem nas imagens.

Procuradas pela reportagem, nem a deputada Sandra Faraj nem a assessoria de imprensa dela retornaram os contatos para comentar o caso.

A denúncia
Em 6 de fevereiro, um representante da empresa Netpub Agência de Comunicação e Tecnologia registrou em cartório acusação dando conta que a parlamentar contratou o serviço, não pagou, mas apresentou notas fiscais pedindo ressarcimento da Câmara Legislativa num valor total de R$ 174 mil.

Em fevereiro de 2015, quando Sandra já havia sido empossada na CLDF, a distrital contratou a Netpub para criar um sistema de informática para o gabinete. “O valor do contrato foi de seis parcelas de R$ 15 mil e outras seis de R$ 14 mil. Seriam seis meses de construção e seis meses de manutenção”, afirma o documento.

A Netpub foi contratada quando Filipe, marido de Michelly, estava lotado no gabinete de Sandra Faraj. Filipe ganhava um salário de R$ 11.129,69, lotado com a função de cargo especial de gabinete. Segundo Michelly, a condição estabelecida pela deputada — e que teve como testemunha o então chefe de gabinete da parlamentar, Manoel Carneiro — foi a entrega das notas fiscais antes da execução e do pagamento do serviço.

Passou fevereiro e março de 2015 e não recebemos o dinheiro. Em abril, houve uma conversa na qual esclarecemos que não daria para continuar do jeito que estava. Havia um custo interno da empresa e um custo tecnológico que precisavam ser honrados

Trecho do depoimento de Michelly

O problema é que Sandra Faraj apresentou à Câmara Legislativa notas fiscais referentes ao serviço executado pela Netpub ao longo de, no mínimo 12 meses, com os mesmos valores reclamados pela empresária. A desconfiança da denunciante é de que a deputada tenha se apropriado dos valores.

Por meio de assessoria, Sandra Faraj assegura que “pagou pelas notas. Inclusive, há o carimbo de ‘recebido’ em todas”.

Filipe Nogueira afirmou ao Metrópoles que fazia parte do acordo com Sandra entregar as notas antes, já com o carimbo de recebido. Mas a deputada não teria pago os valores. “Ela não pagou nada até abril de 2015. Quando cobramos, ela afirmou que pagaria boletos mensais de R$ 2.655. Logo depois, eles nos pediram os códigos do site (que produzimos), porque afirmaram ter contratado outra empresa”, afirmou.

Segundo Nogueira, o caso não foi denunciado antes porque havia um envolvimento pessoal com a parlamentar, devido a questões religiosas — o casal frequenta a mesma igreja em que Sandra é pastora, o Ministério da Fé, em Taguatinga.

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