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Empresas citadas nas delações da Odebrecht entram na mira do GDF

Controladoria quer abertura de investigação contra empresas que, até então, não apareciam como protagonistas em esquemas de corrupção no DF

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Centro Administrativo Centrad
1 de 1 Centro Administrativo Centrad - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A dor de cabeça que políticos e empresários terão com as delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht não vai se restringir ao âmbito da Justiça Federal e a nomes famosos. No que depender de um grupo criado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para analisar as delações da Odebrecht, órgãos locais também vasculharão todas as denúncias contra os citados nos depoimentos.

Além dos nomes já veiculados com a Lista de Fachin, o GDF sugeriu abertura de investigação contra empresas que, até então, não apareciam como protagonistas nos esquemas de corrupção nos contratos de quatro grandes obras da capital: BRT Sul, Estádio Nacional, Centro Administrativo (foto em destaque) e Jardins Mangueiral.

Na lista elaborada e divulgada pelo GDF nesta sexta-feira (12/5), há nomes que antes não foram tão vinculados à Lava Jato, mas que, a partir de agora, começam a sofrer uma devassa no DF. A depender do que for descoberto, pessoas jurídicas que prestam serviços para o governo podem ser consideradas inidôneas, ou seja, ficarem proibidas de contratar com o poder público.

Entre as empresas está a Delta Engenharia, conhecida durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou os negócios do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Também constam na lista do GDF: Planservi Engenharia Ltda, Vetec, Setepla Tecnometal Engenharia, Cidade Jardins, Silco Engenharia, Soltec, Construtora Villela e Carvalho, Emplavi e Geológica Consultoria Ambiental, além da Via Engenharia, Odebrecht e Andrade Gutierrez.

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Relatório
Na sexta (12), o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, apresentou os primeiros resultados do Grupo de Ações Integradas de Controle (Gaic), criado a partir das delações da Odebrecht. Além das empresas, o relatório prevê abertura de investigação contra os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), o ex-secretário de Habitação Geraldo Magela e o ex-secretário de Obras Márcio Machado.

Segundo o controlador-geral do DF, Henrique Ziller, os processos serão encaminhados aos órgãos responsáveis, como Tribunal de Contas, Ministério Público e Conselho Administrativo de Defesa Econômica, ligado ao Ministério da Justiça. O prazo para o encaminhamento dos processos do Gaic aos órgãos é de 90 dias, contados a partir da publicação do relatório no Diário Oficial do DF, o que deve ocorrer na próxima semana.

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O outro lado
O ex-vice-governador Tadeu Filippelli disse que desconhece o relatório. “Este relatório vem em um momento em que a sociedade mostra toda sua insatisfação com o governo. Mas seria importante que este grupo que o governador criou para investigar as doações aos adversários também analisasse como e por que a Odebrecht deu R$ 1,133 milhão para Rollemberg, sendo R$ 933 mil em nome de empresas satélites para disfarçar a doação”, disse Filippelli, que hoje é assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB).

O advogado de Arruda, Paulo Emilio Catta Preta, afirmou que as investigações vão provar que o ex-governador não participou do esquema de corrupção nos contratos das grandes obras do DF. “Tenho esperança que seja um trabalho isento, porque estamos seguros de que as obras foram executadas nos governos posteriores e essas declarações contra Arruda não param em pé. O que não quero acreditar é que tenha componente político ou perseguição política”, disparou Catta Preta.

Em uma nota pública, Magela se defendeu atacando o governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “Esta atitude é uma molecagem política. Não é função do GDF investigar caixa 2 nas eleições. Ainda mais quando o ministro do STF, Edson Fachin, já determinou as averiguações. O que o governador faz é tentar esconder a própria incompetência em administrar o DF.”

Em nota, a Construtora Villela e Carvalho informou que “foi surpreendida com as acusações e até o presente momento não teve acesso formal à documentação divulgada pela imprensa. No entanto, aproveita a oportunidade para reiterar que nos seus 50 anos de atuação sempre se pautou pela ética e transparência.”

O Metrópoles não conseguiu contato com Agnelo Queiroz. As demais empresas citadas também não responderam nem retornaram às ligações.

Obras alvo das ações da corregedoria:

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