metropoles.com

Em meio à crise na Saúde, cai o secretário Fábio Gondim

Saída foi anunciada nesta quarta-feira (2/3), no Palácio do Buriti, pelo governador Rodrigo Rollemberg. Novo titular também é servidor do Senado

atualizado

Compartilhar notícia

Michael Melo/Metrópoles
humberto lucena, Fábim Gondim, secretaria de saúde
1 de 1 humberto lucena, Fábim Gondim, secretaria de saúde - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O secretário de Saúde, Fábio Gondim, não é mais o titular da pasta. Ele pediu demissão. A vaga será ocupada por Humberto Fonseca, advogado formado em medicina da família. Nem bem assumiu o cargo, o novo titular teve que dar explicações sobre a acusação de ter contas na Suíça e de trabalhar em duas unidades da rede pública do DF e no Senado ao mesmo tempo. A substituição foi anunciada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) na manhã desta quarta-feira (2/3).

A saída de Gondim ocorreu um dia depois de o governador se reunir com os deputados distritais e afirmar que entre as prioridades do Executivo para 2016 está a aprovação do projeto que vai permitir ao GDF contratar profissionais para a área por meio das organizações sociais.

É o terceiro secretário de Saúde desde o início do governo de Rollemberg. O primeiro a assumir a gestão da pasta foi o médico João Batista de Sousa, que pediu exoneração do cargo em 22 de julho e foi substituído pelo consultor do Senado Federal Fábio Gondim.

“A nova gestão dará continuidade ao processo de regionalização da saúde no DF. Toda a equipe permanece empenhada nos projetos que foram iniciados. Vamos dar seguimento a ações que estão à altura da confiança da população de Brasília”, disse o governador Rodrigo Rollemberg. A secretária-adjunta da pasta, Eliane Berg, foi mantida no cargo.

Em sua primeira entrevista como titular da pasta, Fonseca afirmou estar preparado para os desafios que vai enfrentar: “Conheço os problemas e não acho que seja exagero dizer que estamos enfrentando uma crise na saúde.”

Fonseca substitui Fábio Gondim, que ocupava o cargo desde julho de 2015. Antes do anúncio, Gondim reuniu-se com subsecretários, superintendentes regionais e diretores de hospitais para informá-los da saída. Entregou também uma carta de demissão expondo suas justificativas para deixar a chefia da Saúde, mostrada pelo Metrópoles. O novo gestor é servidor da Saúde desde 2010 e atua como médico nos Hospitais de Apoio de Brasília e de Base do Distrito Federal. É consultor legislativo do Senado Federal desde 2002.

Perfil
Nascido em Santos (SP), Humberto Fonseca é médico formado pela Escola Superior de Ciências da Saúde em 2010, tem 39 anos, e está em Brasília desde 2000. Especialista em medicina de família e comunidade e em medicina paliativa e clínica médica, também é bacharel em direito e mestre em direito comercial. Atuou como procurador no Banco Central de 2000 a 2002.

Entrou como consultor legislativo do Senado Federal em 2002 e, de 2011 a 2012, trabalhou na Secretaria de Assistência Médica e Social da casa. Em 2014 e 2015, assumiu o cargo de diretor-geral adjunto de contratações do Senado. Na Secretaria de Saúde, passou pelos hospitais regional de Sobradinho, de Apoio de Brasília e de Base — atualmente, é médico dessas duas últimas unidades.

Rollemberg também resolveu recriar a secretaria de Esportes, que será liderada por Leila Barros. Ele ainda criou a secretaria de Cidades, mas ainda não anunciou quem será o secretário.

Desabafo
A relação entre Gondim e o governador Rollemberg estavam estremecidas desde dezembro, quando em entrevista ao Metrópoles, o então secretário fez um desabafo, criticando as atuações do Ministério Público (MPDFT) e do Tribunal de Contas do DF (TCDF). Na ocasião, Gondim disse que 2016 não seria muito diferente para quem procura atendimento na rede pública do DF.

Ao falar sobre a recomendação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) de suspender uma contratação emergencial, sem licitação, no valor de R$ 18 milhões, o titular da pasta não economizou nas críticas: “Quando não é o Tribunal de Contas é o Ministério Público. A gente não consegue fazer nada para melhorar o atendimento. Agora, entendo por que os secretários de Saúde ficam seis meses no cargo e as empresas, décadas”.

Em sete meses de gestão, Fábio Gondim não conseguiu reduzir a insatisfação dos brasilienses que precisam recorrer à rede pública de saúde do DF para tratamento. Os problemas vão desde a falta de profissionais, equipamentos e medicamentos até a explosão do número de casos de dengue.

O agora ex-secretário afirmou que está tranquilo e que fez tudo o que esteve ao seu alcance dentro da pasta. “Claro que errei, porque sou humano. Mas acho que acertei muito mais do que errei. Durmo tranquilo, porque sei que fiz tudo o que poderia ter sido feito”. Ele justificou a saída ao dizer que “o trabalho impedia que eu tivesse alguma vida além do lado profissional e o outro lado começou a pesar, então achei melhor me afastar”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?