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Distritais aproveitam recesso para articular briga pela chefia da Casa

Deputados já se movimentam para ver quem ficará com a cadeira de Celina Leão (PPS) a partir do próximo ano. Retorno de Joe Valle (PDT) em agosto provoca mudança no tabuleiro

atualizado

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Leonardo Arruda/Metrópoles
Sessão da Câmara Legislativa do DF (CLDF) – Brasília – DF 17/
1 de 1 Sessão da Câmara Legislativa do DF (CLDF) – Brasília – DF 17/ - Foto: Leonardo Arruda/Metrópoles

A Câmara Legislativa está de recesso mas, nos bastidores, os distritais trabalham intensamente. No entanto, não se trata de discutir projetos de interesse da população. As articulações têm no horizonte a eleição de dezembro para a próxima Mesa Diretora da Casa. Como Celina Leão (PPS) não deve emplacar a emenda que permite a reeleição à presidência, os parlamentares já se movimentam para ganhar espaço. Até mesmo porque, o futuro comandante da CLDF estará no cargo durante as eleições de 2018 e terá mais visibilidade do que os colegas.

Até a última terça (5/7), três nomes eram cotados para concorrer ao cargo de presidente: o líder do governo, Júlio César (PRB), Agaciel Maia (PR) e Raimundo Ribeiro (PPS). No entanto, o retorno de Joe Valle (PDT) à Casa muda a disposição das peças no jogo de xadrez e ele também está no páreo. Há ainda quem corra por fora, como Sandra Faraj (SD) e Bispo Renato Andrade (PR).

Em agosto, Joe Valle deixará a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do GDF para reassumir o mandato de distrital. O ainda secretário diz que não volta para a Casa com o intuito de disputar a cadeira hoje ocupada por Celina, mas não descarta, até o fim do ano, participar do pleito. “Volto para a Câmara para poder trabalhar meus projetos na Fundação da Agricultura, onde fui eleito presidente, e dar continuidade à Frente Parlamentar da Agricultura, que está parada desde minha ida para o Executivo”, despista. Mas vale lembrar que, no começo da atual legislatura, ele tentou o cargo e foi derrotado por Celina Leão, à época, apoiada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

Outros nomes
O Regimento Interno da Casa determina que as eleições ocorram até 15 de dezembro. Historicamente, o pleito costuma ser realizado entre os dias 13 e 15. Até lá, a batalha pode alçar personagens secundários a protagonistas. Como, por exemplo, Sandra Faraj e Bispo Renato Andrade. Hoje, eles não têm apoio suficiente dentro da Casa para chegar à presidência. Ainda assim, terão alguns meses para tentar viabilizar uma eventual candidatura.

Nesse contexto, o fator religioso tem certo peso. Tanto Sandra quanto Bispo Renato fazem parte da bancada evangélica, mas nenhum deles teve tantos votos quanto outro distrital eleito por fiéis — e que também sonha com a cadeira de presidente da Câmara Legislativa: Júlio César.

Líder do governo, Júlio César, que é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, foi o deputado mais votado em 2014, com o apoio de 29 mil eleitores. Sandra Faraj teve 20,2 mil, e Bispo Renato, 14,2 mil.

Esses parlamentares, que contam com uma base religiosa, concordam que a visibilidade da cadeira presidencial pode ajudar tanto na reeleição para a Câmara Legislativa quanto a dar um empurrãozinho a voos mais altos, como a Câmara dos Deputados, em 2018.

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Por enquanto, o primeiro passo é saber quem será o próximo presidente da Casa. “Ainda é cedo para falar de 2018. Precisamos primeiro saber se será construído o consenso sobre o segundo turno da reeleição. Só depois disso poderemos construir os caminhos que a Casa vai tomar. Temos muitos deputados com condições (de disputar o cargo)”, afirmou Júlio César.

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