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CPI da Saúde quer acesso ao inquérito da Operação Drácon

Os parlamentares querem saber até onde as denúncias que constam nos grampos feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) têm relação com as irregularidades que são alvo da comissão

atualizado

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Suzano Almeida/Metrópoles
ivan castelli
1 de 1 ivan castelli - Foto: Suzano Almeida/Metrópoles

Com duas semanas de intervalo da última sessão púbica, a CPI da Saúde da Câmara Legislativa retomou nesta quinta-feira (15/9) os depoimentos. Antes de começar a ouvir os convocados do dia, entretanto, os distritais integrantes da comissão cobraram do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) acesso a todo o conteúdo das investigações da Operação Drácon. Os parlamentares querem saber até onde as denúncias que constam nos grampos feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) têm relação com as irregularidades que são alvo da CPI.

“O que estamos querendo saber é se o MP vai passar as informações para nós. Temos buscado os dados, mas o que tem ocorrido é um vazamento seletivo do material. O que estamos conseguindo são informações terceirizadas veiculadas pela imprensa. Isso não está certo”, reclamou Wasny de Roure (PT). O inquérito estava sob segredo de Justiça. até esta quarta (14), quando foi liberado apenas para os parlamentares citados e para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção DF.

A CPI começou a funcionar no início deste ano com o objetivo de investigar os motivos do caos instalado na saúde pública do DF. No meio do caminho foi atropelada pelas denúncias feitas pela presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, de corrupção e cobrança de propina na área. O escopo da comissão aumentou ainda mais recentemente, quando vieram à tona as gravações de Liliane, apontando o favorecimento de emendas parlamentares a empresas em troca de comissão.

Médico depõe
O convocado do dia foi o médico Ivan Castelli (foto de destaque), apontado nos áudios de Marli como integrante de um suposto esquema de corrupção na área, foi ouvido pela manhã. O cardiologista, que comandou o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e ocupou o cargo de subsecretário de Atenção à Saúde, negou à comissão que tenha favorecido negócios privados durante a sua passagem pela pasta.

Nos áudios, servidores da secretaria levantam suspeitas sobre Castelli, que teria participação em uma empresa de alimentação parenteral, além de ser dono de uma lavanderia e, embora fosse servidor público, prestaria serviços para o GDF. O médico, que se aposentou há 20 dias, confirmou ter uma lavanderia há 19 anos, mas garantiu que não presta serviços para os hospitais da rede pública.

Quanto à empresa de alimentação parenteral (que atende pacientes na UTI que não podem se alimentar normalmente), ele explicou que fez parte do negócio entre 2008 e 2010, mas que não teve contrato com a Secretaria de Saúde. Sua função era apresentar aos hospitais a tecnologia para a elaboração dos alimentos.

O ex-subsecretário do governo Agnelo Queiroz (PT) havia sido convidado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), ainda no período de transição, para comandar a Secretaria de Saúde, mas um dia após aceitar voltou atrás. Ele reafirmou que sua negativa em aceitar o convite para ser secretário foi motivada por problemas de saúde.

 

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