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Arquivos deletados do gabinete de Liliane Roriz são recuperados

Ao todo, haviam sido apagados 300 megas de informação como projetos de lei, documentos e fotos, entre outros, quatro dias antes da Operação Drácon, que investiga denúncias sobre a aprovação de emendas parlamentares para beneficiar empresas em troca de propina

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Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Coordenação de Informática da Câmara Legislativa identificou e restaurou os arquivos que foram deletados da rede do Gabinete 16, da deputada Liliane Roriz (PTB), quatro dias antes de promotores e policiais civis cumprirem mandados de busca e apreensão no Legislativo local. A Operação Drácon foi deflagrada no dia 23/8 para investigar denúncias de um suposto esquema de cobrança de propina por deputados distritais para a destinação de emendas parlamentares. Ao todo, foram apagados 300 megas de informação como projetos de lei, documentos e fotos, entre outros.

Agora, as investigações seguem para descobrir quem teria excluído as pastas. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, somente pessoas autorizadas pelo chefe de gabinete da petebista e os funcionários do Departamento de Informática teriam acesso aos arquivos. Com a senha, o acesso aos documentos poderia ser feito de qualquer computador da Casa.

Em princípio, a apuração parte do pressuposto que somente oito funcionários da informática, servidores da Casa, e os autorizados pelo chefe de gabinete poderiam ter acesso aos arquivos. A deputada Liliane entregou ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) áudios sobre um suposto esquema de corrupção na Casa, que envolvem a presidente afastada Celina Leão (PPS) e toda a Mesa Diretora, afastada pela Justiça, em 23 de agosto.

Dois dias depois da divulgação dos áudios, 17 de agosto, Liliane pediu a exoneração do coordenador de Modernização e Informática (CMI), Frederico de Queiroz Reis. A então presidente Celina Leão homologou a decisão em 22 de agosto.

Hoje, quem atua no setor como coordenadora é uma funcionária de carreira, até que o próximo vice-presidente da Casa indique alguém para o cargo. Frederico foi exonerado a pedido da deputada Liliane Roriz junto com outros quatro servidores da vice-presidência.

Sumiço
Conforme publicou o Metrópoles, em primeira mão, na noite de terça-feira (30/8), os servidores contaram sob a condição de anonimato que todos os arquivos sumiram dos computadores depois que eles foram exonerados. “Olha, posso te contar o que aconteceu comigo. A Celina passou na vice-presidência, na sexta-feira (19), pedindo para todo mundo esvaziar as gavetas e levar os pertences, pois a exoneração sairia na segunda (22). Levei tudo. Mas, na segunda-feira, fui fazer um backup dos meus arquivos e estava tudo deletado”, disse um servidor à reportagem.

Celina Leão disse que vai pedir a abertura de uma auditoria no setor. Na tarde desta quarta (31), ela entrega uma série de documentos ao MPDFT para comprovar que não foi ela quem exonerou os servidores e como funciona o organograma da Casa. “Existe uma senha. É uma atitude completamente rastreável. Queremos saber quem foi e o motivo”, afirmou Celina.

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