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Alberto Fraga reclama do valor de suposta propina em áudio, diz TV

O deputado federal teria cobrado dinheiro de cooperativa de micro-ônibus na época em que foi secretário de Transportes. Fraga nega acusação

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016
1 de 1 Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Uma gravação divulgada nesta quinta-feira (22/6) coloca o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) no centro de uma denúncia que envolve a cobrança de propina em 2009, quando comandava a Secretaria de Transportes. No áudio, o parlamentar aparece supostamente reclamando por receber valores menores do que o então subsecretário Júlio Urnau. O pagamento seria referente á atuação do grupo para beneficiar uma cooperativa de micro-ônibus. As informações são do DFTV, da Rede Globo.

As negociações teriam sido feitas para favorecer a Coopatag, cooperativa que atua no Gama. Segundo as investigações do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Fraga, Urnau e o ex-assessor José Geraldo de Oliveira Melo teriam recebido um total de R$ 800 mil. O valor, ainda de acordo com a Rede Globo, foi pago a emissários deles em três parcelas, sendo uma no estacionamento do Aeroporto Internacional de Brasília, uma no Zoológico e a última no Núcleo Bandeirante.

Após o pagamento da primeira parcela, a cooperativa teria conseguido voltar ao processo licitatório para conseguir uma abrangência maior de contratos. O interlocutor de Fraga junto à cooperativa foi identificado como Jefferson Magrão.

As gravações obtidas pela Rede Globo indicam que Fraga teria reclamado por receber valores menores do que os de Urnau. “Agora tá explicado, as coisas acontecendo e eu com cara de babaca aqui, entendeu? E o cara, você veja, o cara ganhou com isso aí, o que é que acontece? Ele ganhou muito mais dinheiro, vamos dizer assim, do que o próprio secretário”, diz o deputado no áudio.

O áudio divulgado nesta quinta (22) faz parte da denúncia que motivou a Operação Regin, deflagrada em 2011 para coibir uma organização criminosa que agiu quando o governo José Roberto Arruda (PR) fez mudanças no transporte público, substituindo as vans que circulavam nas ruas por micro-ônibus.

Fraga, Urnau e Melo são acusados por organização criminosa e concussão — quando um agente público cobra vantagem para beneficiar alguém. O MPDFT denunciou o grupo em 2011 ao Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). No entanto, quando Fraga foi eleito deputado federal em 2014, a ação foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, o caso está com o ministro Alexandre de Moraes.

 

“Ilações fantasiosas”
Por meio de nota enviada ao Metrópoles, a assessoria de Fraga afirmou que o deputado “nunca recebeu vantagem no exercício de cargo público, não cometeu crimes e condena veementemente as novas ilações fantasiosas do Ministério Público”.

Ainda segundo a nota, “a gravação clandestina que veio a público hoje (22) não apresenta prova ou qualquer indício de recebimento ou de cobrança de dinheiro. Pelo contrário, em um dos trechos do áudio Fraga diz que ‘não vai segurar a onda’ e denunciará o suposto esquema ao então governador Arruda”.

O parlamentar ressaltou que “tais denúncias são meramente políticas, no momento em que desponta nas pesquisas ao Governo do Distrito Federal e na véspera de programas eleitorais de seu partido”.

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