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Alberto Fraga e Alírio Neto anunciam aliança para eleições 2018

A dupla pretende disputar a corrida majoritária, mas não definiu a divisão dos cargos. Ambos já eram pré-candidatos a governador do DF

atualizado

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Divulgação
Fralírio
1 de 1 Fralírio - Foto: Divulgação

O ex-deputado Alírio Neto (PTB) e o federal Alberto Fraga (DEM) fecharam aliança para as eleições de 2018. Durante almoço na quarta-feira (3/5), na Câmara dos Deputados, eles decidiram que estarão juntos em uma chapa majoritária, independentemente do cargo a concorrer.

Ambos são postulantes em potencial ao Palácio do Buriti. E declararam que estarão unidos em prol “do bem de Brasília, para que o Distrito Federal volte a ter orgulho”. No entanto, terão um caminho longo a percorrer.

A fama de puxador de votos de Alírio Neto não se confirmou no último pleito. Nas eleições de 2014, 78.945 brasilienses votaram nele, mas o político acabou derrotado por Rôney Nemer (PMDB) na disputa para a Câmara dos Deputados.

Após o resultado, ele perdeu praticamente todos os cargos que tinha no Governo do Distrito Federal. Antes da campanha, Alírio era secretário de Justiça na gestão do petista Agnelo Queiroz, mas na corrida ao Buriti declarou apoio ao candidato a governador Jofran Frejat (PEN). Hoje, apesar de seguir atuante nos bastidores da política brasiliense, praticamente sumiu dos holofotes.

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ex-distrital e ex-secretário de Justiça, Alírio Neto não se elegeu deputado federal

 

Rejeição ao mais votado
Alberto Fraga foi o candidato a deputado federal mais votado no DF nas eleições 2014. Obteve 155.056 indicações (10,66% do total). Ele já tinha participado da corrida à Câmara dos Deputados três vezes anteriormente: saiu vencedor em 2002 e 2006; perdeu em 2010.

No entanto, o deputado apareceu no oitavo lugar (de uma lista com 12 nomes apresentados) em pesquisa exclusiva realizada pelo Instituto Dados, a pedido do Metrópoles, em dezembro. Segundo o levantamento, Alberto Fraga tinha 2,9% das intenções de voto a governador.

Daniel Ferreira/Metrópoles
Alberto Fraga foi o deputado federal mais votado em 2014, mas não teve bom desempenho em pesquisa do ano passado

 

À época, Fraga atribui a performance mais discreta na pesquisa a alguns de seus posicionamentos políticos, como o voto contrário ao pacote anti-corrupção aprovado na Câmara dos Deputados. Ele também ponderou que, a dois anos das eleições, o quadro não era claro. O deputado citou pesquisas encomendadas por ele próprio que lhe garantiam colocações bem mais confortáveis.

Entraves
Pendências judiciais fazem parte dos obstáculos que Alberto Fraga terá que enfrentar na corrida ao Buriti. Ele foi condenado em 2013 a quatro anos de reclusão em regime aberto por porte ilegal de arma de fogo e de munições de uso restrito. A denúncia partiu de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por descumprimento à Lei n° 10.826/2003, o Estatuto do Desarmamento.

A investigação contra Fraga, coronel da PM na reserva, foi aberta após a Polícia Civil encontrar, em um flat do Hotel Golden Tulip, que seria de propriedade do político, um revólver calibre 357 Magnum, exclusivo das Forças Armadas. Além de seis projéteis para a arma, havia mais 283 munições de uso restrito (145 de calibre 9mm, marca Magtech; 92 de .40, marcas CBC e Magtech; e 46 calibre 357 Magnum), bem como 1.112 munições de arma de fogo de uso permitido.

A busca ocorreu em 2011, durante a Operação Regin, que investigava denúncias de extorsão supostamente praticada por Fraga, como secretário de Transporte durante o governo de José Roberto Arruda.

Em maio de 2016, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal execução “imediata” da pena — convertida em restrição de direitos mais pagamento de multa de 50 salários mínimos.

Outra ação
Alberto Fraga também é réu em outra ação que tramita no STF. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), entre julho e agosto de 2008, quando era secretário de Transportes, o parlamentar teria exigido e recebido R$ 350 mil para assinar contratos de adesão entre o GDF e uma cooperativa de transportes.

Para Fraga, a denúncia é “fruto de um excesso de denuncismo no país”: “Eu não posso ser acusado de alguma coisa em que não existe uma linha de consistência nas denúncias. Dizer é uma coisa, provar é outra”.

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