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Polícia investiga se Bruno Ortiz usou esquema para passar em concurso

O homem é filho do chefe da organização criminosa e foi preso nesta segunda-feira (21/8). Ele é concursado do Estado do Pará

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Bruno Ortiz
1 de 1 Bruno Ortiz - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Bruno de Castro Garcia Ortiz (foto principal), preso preventivamente no âmbito da Operação Panoptes, que investiga uma organização criminosa suspeita de vender vagas em concursos públicos, teria se beneficiado do esquema liderado pelo pai dele, Hélio Garcia Ortiz, também preso nesta segunda-feira (21/8). A investigação é coordenada pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil.

Bruno Ortiz passou num concurso de oficial de Justiça do Pará em 2003 e foi afastado do cargo em 2006, com a prisão do pai. “Da família do Ortiz nós sabemos que o próprio Bruno, possivelmente, se beneficiou do esquema. Estamos averiguando se ele fraudou essa vaga. Mesmo afastado, ele continua recebendo”, explicou o delegado-adjunto da Deco, Adriano Valente. Hélio Ortiz já era conhecido pela polícia, pois foi preso há 11 anos, pela primeira vez, acusado de liderar a Máfia dos Concursos. Além de Bruno, outros familiares de Hélio também serão investigados.

Em uma gravação obtida pelo Metrópoles, Hélio Ortiz se queixou de que seus próprios parentes (supostamente nomeados dentro do esquema de fraudes) estavam devendo a quantia tratada para obtenção da vaga.

“Eles estão querendo me pagar de acordo com o que eles ganham. Eles estão querendo me pagar por baixo R$ 30 mil e R$ 15 mil. Eu falei ‘não quero’. Eu quero receber, por que não me pagou na época?’” Quem deixa claro que o golpista negociou até com familiares é o interlocutor identificado como André: “Ó, só que tem que falar pros seus parentes lá, que não interessa, que eles fizeram compromisso com você (sic)”.

Operação Panoptes
Nesta segunda (21/8), foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra Helio Garcia Ortiz, o filho dele Bruno de Castro Garcia Ortiz, Johann Gutemberg dos Santos e Rafael Rodrigues da Silva Matias. Segundo o delegado, Hélio era o chefe da organização criminosa. Bruno agia de forma operacional; Rafael era seu braço direito; e Johann facilitava o esquema fornecendo graduação e pós a quem precisasse e pagasse bem.

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A operação, batizada de Panoptes (referência ao monstro da mitologia que tinha 100 olhos), identificou pelo menos três modus operandi da quadrilha. O grupo agia com a utilização de pontos eletrônicos, uso de identidades falsas para que outras pessoas fizessem a prova no lugar dos inscritos, além do uso de celulares.

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